Prólogo

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Lembrando que as postagens começam dia 24/03 ❤

PRÓLOGO

Nunca pensei no futuro ou qual rumo tomar. Minha vida sempre foi uma incógnita para mim. Eu não sabia quem eu era ou de onde vinha , pois fui deixada com poucos dias de vida em um orfanato. Em algum momento da minha infância me questionei sobre o motivo do abandono. Mas apesar disso eu sonhava em ter uma família. Para falar a verdade , acho que esse era o sonho de todos que lá viviam. Quem não gostaria de receber amor e carinho em um ambiente familiar e acolhedor ?!

Todas as vezes que casais visitavam o orfanato era uma nova esperança que crescia dentro do meu peito. Muitos deles gostavam de mim. Sempre me achavam linda e educada e prometiam voltar, mas nunca retornavam. Nunca.

Com o passar dos anos eu parei de me importar e me afastei de todos. Preferia seguir sozinha a me apegar. Eu sabia que as outras crianças em algum momento sairiam dali e eu não.

Algo me prendia àquele lugar, eu só não sabia o que.

Isso só me fez nutrir raiva. Raiva daqueles que me abandonaram. Não sei quem são e também não tenho o desejo de descobrir. O pouco que sei sobre eles foi deixado junto a mim no dia que me entregaram nas mãos de quem me criou. Eu só queria saber o motivo. Tenho certeza que falta de dinheiro não foi. Minhas roupas eram impecáveis, assim como tudo que foi deixado comigo. E um único bilhete:

“Eu gostaria que fosse diferente, minha filha. Essa decisão foi a mais difícil que tomei em toda minha vida. Fiz isso pensando em você e no seu futuro. Espero que um dia possa me perdoar.

Te amo para todo o sempre

Sua mãe ”

Eu não perdoaria.

Uma época bem difícil assolou os arredores da cidade. Casos de sequestros eram cada vez mais frequentes na região. Uma quadrilha especializada , ao que parece, escolhiam suas vítimas meticulosamente, sempre mulheres, meninas sozinhas a maioria órfã. Lembro bem das regras que nos perseguiam. Não podíamos sair. Mal íamos à escola com medo de não voltar. Mas foi exatamente nessa época que algo mudou. Algo não muito normal aconteceu. Não era dia de visita quando um casal apareceu no orfanato. Eles olharam criança por criança, das menores até às maiores como eu. Estava com 13 anos. Eles me olharam diferente. E eu senti uma conexão gritante.

Naquela noite eu chorei como nunca tinha feito. Chorei pela certeza de que nunca mais veria aquele casal novamente e junto com eles , aquela sensação de conforto. Aquela sensação de lar.

Alguns dias se passaram quando eles retornaram e foi até mim que eles vieram. Eles lutariam. Eles me queriam.

Kiera e Path me levaram com eles algumas semanas depois. Todo o processo de adoção correu rápido e sem nenhum contratempo.

Fomos morar em algum lugar bem longe dali. Um lugar isolado de todos, longe de tudo. Um lugar perfeito para o meu recomeço com a minha família.

Meus novos pais eram pessoas incríveis. Me senti amada e acolhida rapidamente.

Mas não posso negar que eles tinham algo de muito peculiar. Seus trabalhos. Meu pai sempre trabalhava fora, algumas vezes demorava dias para voltar.

Nunca me contaram e eu também nunca perguntei o que eles faziam.

Eu aceitava tudo que eles tinham para me mostrar e ensinar de bom grado. Meus treinamentos começaram logo que cheguei. Aprendi a me defender, a lutar, a manusear facas e atirar muito bem. Não reclamava. Aprendia tudo com total dedicação. Além de tudo isso Kiera e Path também eram meus professores. Aprendi diversas disciplinas e me apliquei em cada uma delas.

Meus pais sempre diziam que era para o meu bem e só usaria minhas lições em casos de extrema necessidade.

E assim fomos vivendo. Dias após dia. Ano após ano. Tudo na mesma rotina até aquele dia. O dia em que meu pai saiu para trabalhar e nunca mais voltou.


[...]

Espero que tenham gostado. Até a próxima 😗

A Sombra de um Passado [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora