O namorado - parte 2

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24/07

O Sr. Hoover era um homem calado, mas muito simpático, de cerca de uns quarenta anos. Como ele estava tendo o trabalho de vir até aqui me levar para o trabalho devida a paranoia de Darcy achei que o mínimo a fazer era lhe oferecer um chá.

Eu admito que ter um chofer particular seja muito melhor do que pegar um ônibus lotado, sem falar que eu podia acordar meia hora mais tarde, mas ainda assim eu me sentia esquisita de abusar dos serviços do Sr. Hoover, mesmo Darcy tendo me dito que ele estava a minha disposição durante todo o dia.

Enquanto pegava minha bolsa e descia as escadas com o Sr. Hoover para a BMW preta que me esperava lá fora, eu não pude deixar de reviver o meu dia ontem.

Desde que acordei ao lado de Darcy no domingo, eu não conseguia parar de sorrir como uma idiota. Isso quer dizer muito de uma pessoa que constantemente jurava odiar Darcy mais do que tudo. Sério, como uma pessoa pode se conhecer tão mal, afinal, Charlotte estava certa, havia mesmo uma razão por eu ter sentimentos tão fortes por Darcy desde o início.

Se Darcy não fosse tão difícil e eu teimosa, teríamos resolvido isso há tanto tempo...

Imagem de nós dois invadiam minha memória, oficialmente juntos, enfim. Nós ficamos em sua casa com Fitz, mas ele principalmente arranjava motivos para nos deixar sozinho e quando Gigi voltou do encontro com Lowell, ela praticamente fez o mesmo.

Não fizemos muito além de conversar bastante, Darcy tinha uma voz bonita embora ele não usasse muito, tinha aquela cadência britânica charmosa que praticamente já bastava, mas, além disso, sua voz era firme, grossa e ressonante. Eu fiquei me perguntando se ele era um bom cantor, mas como ele já era muito calado, acho que mandar ele cantar já seria demais para ele.

Era bom me deitar no jardim com a cabeça apoiada em seu peito e ficar só ali ao seu lado, era fácil e confortável.

O Sr. Hoover me deixou na esquina embora eu soubesse que naquela hora não teria muita gente no escritório, mas em todo o caso, eu queria evitar perguntas que não queria responder. Eu tinha deixado a chave do meu apartamento com o Sr. Hoover visto que a companhia de segurança iria instalar o sistema de segurança que Darcy tanto insistiu em me dar. Eu ainda acho que ele está exagerando, mas como ele pareceu tão feliz quando eu aceitei sua proposta, achei que não custava nada deixá-lo tranquilo.

Ninguém chegava tão cedo, a não ser Darcy, às vezes, razão pelo qual eu gostava tanto de chegar cedo, aliás, para esbarrar "acidentalmente" com ele no elevador.

Mas eu sabia que ele não estaria aqui pela manhã, ele e Fitz tinham um compromisso hoje de manhã e só deveria aparecer no escritório perto da hora do almoço.

Max estava sentado atrás do computador como sempre para checar a entrada de todos e nós conversamos alguns minutos como todas as manhãs quando Rosie chegou. Rosie nem sempre chega cedo, embora sempre seja muito pontual, eu só esperava que ela não mudasse sua rotina apenas por minha causa, eu não chegava cedo para mostrar serviço ao chefe, eu o fazia porque gostava de chegar cedo, só isso.

— Bom dia Rosie – cumprimentei cautelosa. – Você chegou cedo hoje!

Rosie em geral parecia de mau humor quase toda a vez que eu a via, mas hoje ela parecia alegre. Ela sorriu ao me cumprimentar e até deu um aceno para Max, isso era novidade.

— Eu não entendo porque você chega tão cedo todo o dia – disse ela ainda de bom humor. – Eu só cheguei cedo hoje porque o Ezra veio me trazer.

— Eu gosto de chegar cedo, detesto ter de ficar correndo para fazer as coisas, além disso, eu posso conversar com Max com a Sra. Gillory.

— Quem é essa?

O Diário de Lizzie BennetOnde histórias criam vida. Descubra agora