d o i s

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Segundas feiras, normalmente todos as odeiam, eu particularmente sempre gostei, o jeito como tudo foi só bagunça o final de semana inteiro e do nada minuto por minuto vai tudo voltando ao normal.

Me acho meio problemática que o meu lado perfeccionista afete até os dias da semana.

Porém desde que ele partiu meu doce coração ingênuo, todos os dias têm sido cinza.

Mas como aprendi com o melhor, blefar já tinha virado um hábito, tudo estava cinza, porém eu ainda tentava deixar tudo colorido.

Ele não me quebraria a tal ponto que eu perderia minha personalidade , nunca, nenhum homem faria isso comigo.

Logo ao chegar ao inferno, quero dizer escola, consigo enxergar longos cabelos cacheados ao vento e logo o olhar reconfortante de Any é passado a mim.

Diria que a única pessoa que confio em toda a América, é
aquela menina que neste exato momento está me chamando para perto dela com um sorriso de orelha a orelha.

— Você ainda é a única pessoa estranha no mundo que gosta de segundas ?-fala revirando os olhos, quando me sento ao seu lado encima da mesa do refeitório.

— Não mais- rebato- agora também gosto das terças.

ela abre um sorriso.

Any Gabrielly, assim como eu está fazendo intercâmbio para aprimorar seu inglês, ela é brasileira, o que pra mim é uma qualidade nela afinal, ela sabe dos melhores funks da atualidade, e me ensinou a fazer quadradinho, o que é incrível.

Esse é o segundo ano dela aqui em Toronto, ou seja outra qualidade ela conhece a todos e as melhores cafeterias da cidade.

—Sina, não olhe - isso foi talvez coisa mais estupida que ela já tenha dito em toda vida.

Sinceramente não era preciso eu olhar para vê-lo.

Olhei para frente vi um grupo de garotas que antes estavam conversando agora estão em completo silêncio, perdendo o controle de suas respirações, estão todas olhando em uma direção, seria maldade dizer que elas não tem conhecimento que estão admirando o próprio diabo, porém com a beleza de um anjo.

Também notei os garotos se ajeitarem, coitados queriam ser como ele, não tinham noção de que por trás daquela pose de rei do baile, ele era só um garotinho inseguro.

Não era preciso ela dizer quem estava vindo, eu sabia.

Podia sentir seu cheiro de limão e alecrim no ar.

Se me perguntassem qual é o cheiro do paraíso, eu diria aquele, tão tola.

—Droga eles estão vindo até aqui- diz Any aparentemente não sabendo o que fazer.

—Relaxa Amiga ele não me afeta mais- digo colocando a mão em seu ombro.

Antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, uma mão quente de toque suave para sobre minha perna entrando em um dos cortes da minha calça jeans.

Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha.

Ele sabia do efeito que tinha sobre mim, ele queria brincar, diferente de antes, eu iria corar ficar envergonhada e tirar sua mão.

Truco x Noah Urrea  || Sina DeinertOnde histórias criam vida. Descubra agora