capitulo 1

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Era pleno amanhecer, as arvores se espalhavam ao meu redor e um terrível campo de batalha se estendia a minha frente. Uma grande ventania começara a se formar, mas sendo human, nossa força e agilidade compensariam para um disparo perfeito. Posicionando a flecha em meu arco juntamente com outros arqueiros, dou as ordens em uma voz dura e altiva:

- Ao meu comando! Disparar flechas!

Elas voam pelo campo de batalha, acertando seus alvos e dando fim ao conflito; o grupo adversário começa a sair em retirada. Após o campo estar livre de inimigos, abandonando todos os postos de batalha, todos os soldados vão em direção aos feridos e levando eles o mais rápido possível ate o acampamento, direto para os curandeiros. Foi uma batalha árdua, pensei enquanto ajudava a carregar um soldado ferido, cuja perna sangrada por causa de um ferimento por flecha de prata, um metal nocivo para a minha espécie. Assim que todos os feridos estão sob cuidados médicos, eu e mais alguns soldados que protegiam o reino e correram para ajudar na batalha saímos pela estrada que conectava ao nosso reino, a província líder de toda a raça human, Hominon; e como sua futura líder a ser coroada eu vou a frente dos guerreiros, os guiando para casa.

No caminho tortuoso e acidentado, circundado de arvores de carvalho que levava em direção à Hominon não posso deixar de me perguntar: e se fosse eu a ser uma vítima das minhas flechas? e se eu matei um pai, um irmão ou irmã? imersa em meus próprios pensamentos não percebo a aproximação de Cristhian, meu irmão caçula e futuro conselheiro. Cristhian e eu éramos extremamente parecidos, cabelos cor da noite e cacheados, pele bronzeada pelo sol, nossas formas eram altas e exibiam um ar de liderança, ambos tínhamos 17 anos, nosso aniversário estava próximo, juntamente com minha coroação, cujo o direito de futura líder eu ganhei por apenas 6 minutos de diferença, nos dois também éramos agitados cada um ao seu modo. Nossa única e real diferença, pelo menos física, eram os olhos; enquanto os meus eram de um azul elétrico e turbulento os dele eram verdes e calorosos, enquanto nossas personalidades... digamos que éramos o oposto um do outro.

Ele sempre sabia quando eu ficava mal por causa de uma batalha, como se tivéssemos uma espécie de ligação; então em um tom terno e caloroso disse:

- Nut, vamos não se culpe, foi necessário. Eles nos atacaram só estávamos defendendo nosso povo.

Com um suspiro eu respondo a sua expressão carinhosa e preocupada:

- Eu sei Cris, isso não torna mais fácil de aceitar. Nos matamos pessoas, talvez até pais de família... e seus parentes? como devem estar se sentindo com tamanha perda? Se nos perdêssemos um ao outro ficaríamos desolados!

Conforme eu falava minha voz foi ficando cada vez mais desesperada e lagrimas ameaçaram sair. Não chore na frente dos soldados Nut! Reprimi a mim mesma. Já era difícil provar que apesar de ser mulher eu era extremamente forte; o suficiente para ser líder deles um dia, eu até poderia ter o respeito de muitos, mas outros ainda iam contra a minha posição de na linha de sucessão ao trono. Cris abre a boca como se tivesse mais um argumento para expressar, mas ao invés disso ele a fecha e me da um abraço de consolo, mostrando que tudo iria ficar bem. Seu apoio era tudo de que precisava para me sentir melhore me permito ficar por mais alguns segundos sob seu abraço de urso e logo em seguida nos separo e continuamos a andar lado a lado em um silencio confortável e aconchegante.

Após alguns minutos no caminho tortuoso, avistamos os portões de entrada para o reino com suas famosas engrenagens de aço e titânio quase impenetráveis, e uma onda de alivio e satisfação invadi a todos ao meu redor. Nossa casa estava intacta, era tudo o que importava. O visão do reino era incrível; a estrada pela qual viemos era principal e nos dava uma visão completa de casa, os portões negros se destacavam contra a paisagem cinza e nebulosa, os muros se estendiam a uma distância incontável cobrindo uma grande parte do território da província líder, guardas se espalhavam em pontos estratégicos aqui e ali prontos para parar qualquer ameaça. Mas o alivio de ver meu lar a salvo logo deu lugar um nervosismo que me preenchia e que pouco a pouco me dava uma expressão preocupada. Cris, percebendo minha súbita mudança de humor me pergunta com um ar preocupado e seus olhos verdes alertas:

A escolhida da terraWhere stories live. Discover now