O clima na residência dos Lowell não podia estar melhor. O baile de Lady Willows estava para chegar, e isso era motivo de grandes notícias para Constance, a matriarca da casa. Sua filha mais velha, há pouco havia debutado e isso significava uma boa oportunidade em poder ver sua menina bem casada com um bom partido. Suas duas filhas mais novas, as gêmeas Tabitha e Portia, ainda não estavam na época certa, mas ela e seu marido em breve permitiriam que as mesmas frequentassem os bailes da sociedade, já que não demorariam muito para a estreia na sociedade de ambas.
Por ter visto que a mesma não aparecera para o desjejum, ela foi atrás da filha onde achou que iria encontrá-la e sorriu vitoriosa para si mesma ao ver que estava certa. Encontrou sua primogênita sentada perto da janela enquanto a melodia de seu violoncelo ressoava pelo cômodo. Entrou silenciosamente dentro da biblioteca enquanto a observava tocar. Ann Isobel estava concentrada em suas notas, como se no mundo somente houvesse ela e o instrumento. Assim que ela parou, não exitou em bater palmas para a filha, que corou o rosto levemente.
— Minha filha, por que não se juntou a nós no café da manhã? — Constance falou séria — Temos um dia longo pela frente, então é necessário que você esteja bem alimentada por ora.
— Por que, mamãe? O que iremos fazer hoje? — a garota perguntou enquanto colocava uma mecha castanha e rebelde atrás da orelha.
— Temos de ir mandar fazer nossos trajes para o baile, e para isso precisamos ser as primeiras a chegar na loja da Sra. March. Por Lady Willows ser uma pessoa muito influente, haverão muitas pessoas naquele baile, e se haverão muitas pessoas naquele baile significa que a loja irá encher e não sabemos se nossos vestidos ficarão prontos a tempo. — ela disse com censura à indiferença da filha — Então, vá até se alimentar.
Com apenas um aceno de cabeça, Ann Isobel deixou a biblioteca. Ela foi até a sala de refeições, onde seu pai e suas irmãs estavam se alimentando e conversando animadamente sobre o baile. A garota revirou os olhos, tentando entender porque suas irmãs estavam tão animadas. Elas nem iriam, ora essa! Talvez porque elas já fossem mais felizes naturalmente.
— Bom dia. — disse a sua família. Eles a saudaram, então ela se sentou, pegou algumas torradas e se serviu do café levemente morno posto à mesa. Por estar sem apetite, comeu pouco e rápido o suficiente para que sua mãe não viesse reclamar de atraso.
Se dando por satisfeita, se retirou e foi até seu quarto se trocar. Optou por estar trajada em um vestido azul e simples, também sendo fresco por conta do clima quente que pairava sobre Londres. Prendeu seus cabelos castanhos em um coque simples, pôs seu inseparável colar de pérolas - que ganhara de Elena, a avó materna há pouco falecida -, e após ver que estava pronta, foi até sua mãe e suas irmãs.
— Achei que iria demorar mais, minha irmã. — disse Tabitha, com ironia.
— Deixe ela! — Portia a censurou com os olhos semicerrados.
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Um Amor Para Ann Isobel - HIATUS
Historical FictionAnn Isobel Lowell acaba de acaba de completar seus dezessete anos, a idade ideal para debutar na sociedade inglesa. É a mais velha entre três irmãs, filha de uma mulher de personalidade forte e casamenteira e de um homem bondoso e de temperamento tr...