Lari
Pela primeira vez dormi bem, não tinha ninguém fazendo barulho.. meu padrasto ia dormir depois das quatro, o som alto.
Xingando.. minha mãe e ele, brigando as vezes se reconciliando. E eu tendo que ouvir tudo aquilo, não tinha pra onde correr..
O pior foi acordar e ver aquela mensagem do meu pai lá, não entendi.. o que eu fiz pra ele?
Poxa meu, ele sabe que minha vida lá era o inferno.. sabe que não conheço nada por aqui e em vez de me ajudar.. o meu próprio pai me deixa sozinha aqui.
Eu quase morri em um confronto.
Fechei os com força.. lembrei daquele beijo.. com aquele cara no banheiro do bar.
Esqueci o nome dele.. mas o beijo não dá pra esquecer nem se eu quisesse.
Toinha me esperava pra tomar o café da manhã. Ela sorriu apontando a mesa autorizando a pegar o que quisesse.
Toinha- Tá tudo fresquinho menina, fica a vontade.
Lari- Obrigada Toinha. Parece que as coisas se acalmaram.. - comentei olhando pela janela.
Toinha- Sim.. pelo menos as crianças vão pra escola, os moradores trabalhar. Só que mais tarde começa.. é melhor tu deixar pra depois de amanhã.
Lari- Vou fazer isso.
Toinha- Teu cabelo é lindo.. tu não tem namorado? Família por aqui mesmo?
Lari- Não, não tenho ninguém Toinha. Vou morar sozinha no Chapadão sem conhecer nada, nem ninguém.
Toinha- Aqui pra quem não conhece é um perigo.. tá muito violento. Olha eu conheço uma mina que mora lá sozinha.. acho que tu pode morar com ela.
Lari- Sério? Ela não vai achar ruim uma estranha lá?
Toinha- Ela saiu daqui da pensão.. e foi pra lá. Ray é uma boa menina, cê vai tá segura com ela.. Larissa tu não sabe o que é viver no morro. O que mais tem ali é malandro doido pra brincar com meninas como tu..
Lari- Nem vão perceber que sou nova. É enorme..
Ela riu.
Toinha- Acredite em mim nada passa despercebido ali dentro. Cuidado pra um deles não colocarem os olhos em você..
Alertou e se levantou me deixando sozinha.
É confusa.
Eles quem?
Mais um.♥️
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Imperatriz (Morro)
Teen Fiction18+ Loira nunca pisou no morro, ela não saia de casa, tinha que obedecer as regras da mãe. Expulsa de casa, sai do interior do RJ e se lembra do convite de um vapor do Chapadão. "Vem viver na comunidade, vem amar a favela."