Capítulo XIX - Frenesi

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O tic tac do relógio era o único barulho no quarto de Norman Osborn. Já era de noite e ele não havia deixado o lugar. Norman puxou as cobertas para cima, encostado na cabeceira da cama e, com as mãos trêmulas, pegou um copo d'água para beber. Por muito pouco ele não deixou o copo cair. Harry abriu a porta do quarto do pai e entrou direto, sem nem mesmo bater. O garoto tinha a respiração ofegante e os olhos arregalados de preocupação. Norman, entretanto, nem mesmo se moveu diante da presença do filho.

- Fez o que eu pedi? - Perguntou por fim. Harry assentiu, tirando um pequeno frasco do bolso do casaco.

- Consegui apenas uma amostra do tal antivírus vivo. A S.H.I.E.L.D levou o resto e interditou a empresa. - Explicou. - Não acho que esteja totalmente pronto.

Norman bufou.

- Eu já imaginava que isso fosse acontecer. - Deu de ombros.

- Pai, onde está o dr. Lowell? - Perguntou desconfiado. - O que fez com o pobre homem? O que está acontecendo, afinal? - Norman sorriu.

- Sinceramente, é melhor você não saber ainda.


Evie

Meu corpo estava quente. Mais quente que o normal para alguém como eu, quase queimando. Minha garganta estava seca e dolorida, assim como o resto do meu corpo. Meu nariz estava entupido. Praguejei baixinho. Forcei meu corpo para fora da cama, não aceitando estar doente. Era impossível. Além disso, eu não podia faltar a aula e tinha o trabalho de biologia para apresentar. Sem contar, o trabalho na S.H.I.E.L.D. Estávamos no meio de uma missão grande e importante. Eu não podia estar doente. Não agora. Não no meio disso tudo. Fui até o banheiro e procurei por um vidro de xarope. Isso deveria resolver um pouco. Tomei uma dose e guardei o vidro na mochila, para caso eu precisasse de uma dose extra. Procurei uma cartela de aspirina e tomei um comprimido.

Me arrumei o mais rápido que consegui e comi alguma coisa antes de sair. Eu não demorei muito a chegar na escola, e encontrei Ned com Peter. Lembrei que nós dois não estávamos nos falando desde o ocorrido no dia anterior, mas não iria deixar de falar com Ned por causa disso. Ele não tinha culpa disso. Me aproximei de Ned com um sorriso fraco.

- Bom dia, Ned. - Não deixei de dar ênfase no nome, para ser bem específica. Ned franziu o cenho, percorrendo os olhos entre Peter e eu. Peter pareceu querer responder, mas ficou calado.

- Vocês dois brigaram? - Perguntou sem jeito.

- Quem brigou? - Peter fingiu não ter entendido. - Não estou vendo ninguém aqui além de nós dois, Ned. - Soltei um ruído, indignada. Ned arregalou os olhos, chocado.

- Ned, por favor, diz para o seu amigo que ele não precisa fingir que eu não existo para me ignorar. - Pedi. Ned encarou Peter.

- Ned, por favor, diz para a sua amiga que eu não estou falando com ela. - Rebateu. Ned me encarou. Respirei fundo, irritada e Peter cruzou os braços.

- Ned, diz para o seu amigo que quem não está falando com ele sou eu porque ele é um cabeça dura e sem noção! - Ned encarou Peter com um olhar suplicante e ele franziu a testa.

- Ned, diz para a sua amiga que não é porque ela é completamente má, que as outras pessoas também são. - Ned deu um suspiro fraco. Soltei uma risada amarga e dei as costas para eles, seguindo para em direção a aula. Era demais para mim.

- Evie, desculpa, eu não quis dizer isso. - Ouvi Peter correndo atrás de mim, mas não parei. - Evie, por favor... - Ele me alcançou, parando na minha frente. Cruzei os braços. - Me desculpa pelo o que eu disse. Eu não quis dizer que você é má. Desculpa. - Permaneci em silêncio, ainda de braços cruzados. - Não quero brigar. Não consegui parar de pensar no que aconteceu. Não preguei os olhos à noite inteira. - Suspirou. - Eu disse coisas que não devia e me arrependo amargamente por isso.

OMG! Meu Pai é um deus - 2a. TemporadaWhere stories live. Discover now