70 - De quem você está falando?

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Lídia

Eu sentia minha respiração pesada enquanto o homem nos levava para dentro da casa, da minha casa, e logo eu e Jinyoung estávamos na sala em frente ao homens que havíamos visto e de meu pai que ainda estava ajoelhado no chão, e que agora me olhava aflito.

- E você jurava que ela não estava aqui... - O homem de sobretudo cinza disse olhando para o meu pai e logo para mim.

- E ela não estava! - Meu pai esbravejou e me olhou assustado. - Você devia estar no hospital com sua mãe... Onde está Jaebum?

- E-eu vim pegar umas roupas... Ele está com minha mãe. - Engoli em seco. - Pai...

- Droga... Ele devia estar aqui, eu pago ele para não largar de você um segundo... - Meu pai sussurrou.

- Não se preocupe, ele não aparecerá. Ele mesmo te colocou nessa enrascada... - Meu pai o olhou sem entender. - Deve ser difícil saber que havia um agente duplo embaixo de seu nariz? - O homem me encarou lentamente e vindo até na minha direção, me rodeou com uma mecha de meus cabelos nos seus dedos. - E mais difícil saber que sua filha o ajudou...

- O que? - Meu pai sussurrou me olhando e eu apenas engoli em seco.

- Sua vida realmente é uma mentira Dongyul, todo mundo lhe passa a perna... Colheu o que plantou. - Jeha riu e ouvi ao meu lado Jinyoung resmungando. - Sua filha começou um lance com o segurança e te traiu... Você deve estar com seu coração quebrado agora, não é?

- Dane-se tudo, Rick. - Meu pai o encarou. - Só quero que você me leve daqui, resolveremos nossas coisas em outro lugar, e deixe minha filha e Jinyoung irem... Eu ainda a amo independente de tudo.

- Melosidade familiar... - Rick fez cara de nojo e desferiu um chute no rosto do meu pai o fazendo cair com um gemido de dor, eu apenas olhava incrédula para a situação. - Peguem-nos e os levem para o carro... Jeha, não tem problema eu desacordar seu filho não é? Ele é amiguinho do Jaebum, pode me dar problemas depois...

- Claro que não... - Jeha riu e virou as costas nos encarando e saindo rapidamente de casa.

- Pai... - Jinyoung sussurrou ao meu lado e eu o olhei assustada enquanto um dos homens que o segurava aplicava uma seringa em seu pescoço.

- Jinyoung! - Eu gritei quando vi os olhos do mesmo fecharem e seu corpo ficar mole.

O homem que me segurava puxou meu cabelo fazendo-me calar com um gemido de dor, e logo me empurrou para fora de casa. Olhei por cima do ombro, meu pai vinha sendo carregado por mais dois e logo foi jogando no banco de trás de um carro. E eu logo em seguida.

- Me desculpe... Me desculpe... - Meu pai murmurava ao meu lado.

- Me diga o que você fez pra isso tudo acontecer... O que você fez, pai?

- Eu só queria proteger você e sua mãe... De Jeha, de Yuna e principalmente dele. - Ele colocou sua testa contra o banco da frente. - Ele com certeza tem raiva de mim, eu achei que tudo estava sob controle. Eu tinha ele na minha mão mas tudo simplesmente foi por água abaixo... - Ele fungou. - Não era para isso ter acontecido.

- De quem você está falando?

O mesmo me olhou lentamente, seus olhos me passavam algo estranho. Era como se fosse medo, angústia, pavor... Ele, pela primeira vez em anos, não tinha controle de algo. Não sabia do futuro.

- De seu irmão.

[...]

Murmurei em dor ao ser jogado no chão, o concreto abaixo de mim era feio como gelo. Com dificuldade, consegui sentar ereta no chão. Minhas mãos estavam algemadas. E novamente, meu pai fora jogado ao meu lado.

- Vocês ficarão aqui por enquanto, tenho que cuidar de outra pessoa. - Rick disse com um sorriso e me encarou. - Mandarei lembranças a Jaebum, cara Lídia.

Eu arregalei os olhos e dei um pulo de susto quando a porta da sala fechou, e ouvindo a tranca senti algo morrendo dentro de mim. Por impulso, levantei e bati na porta. Eu gritava por ajuda, tentava abrir a porta, chutava mas nada adiantava. Suspirei profundamente colocando minha testa contra ela.

- Não adianta, só pode ser aberta por fora. - Meu pai disse, olhei por cima do ombro e o mesmo estava encostado na parede me olhando. - Sente aqui do meu lado, Lídia.

Muito receosa, mas sem escolha, fui até seu lado e deslizei pela parede até estar totalmente sentada ao seu lado.

- Há quanto tempo tem esse caso com Jaebum? - Ele perguntou e eu ri irônica.

- Alguns meses, foi um pouco depois do tiroteio no parque. - Percebi ele assentindo pelo canto do olho. - Por que?

- Todo pai quer saber quem a filha ama, não é? - Ele sorriu

- Mesmo depois de eu ter te traído?

- Sei que você teve um bom motivo, você e Jaebum. Eu faria a mesma coisa. - Suspirou. - Mas eu apenas fiz isso pela coisa certa, ou era o que eu pensava.

- Você e mamãe poderiam contornar esse problema de outro jeito, para que pedir ajuda de uma pessoa que você não se deu bem no passado? - Ele deu de ombros. - Você acha que Rick irá atrás da mamãe?

- Provavelmente não, não deixarão ninguem entrar naquele hospital além das pessoas que eu coloquei o nome. - Suspirou. - Ela está bem?

- Sim, está. - Engoli em seco e o olhei. - Por que nunca me contou de meu irmão? E por que você teria que me proteger dele?

- Seu irmão é um passado que foi um erro, mas que vive no meu presente. - Sorriu triste. - Eu fiz algo muito ruim no passado, e com certeza ele é revoltado. E nas mãos das pessoas erradas, não sei o que ele seria capaz de fazer.

- Como pode falar que seu filho é um erro? - Eu o olhei indignado e ele apenas me olhou com dor nos olhos. - Quem é ele, pai?

O mesmo abriu a boca para proferir algo, mas o barulho da porta sendo aberta nos chamou atenção. Dois homens entram sem falar nada e pegaram meu pai, o mesmo se debatia em seus braços até levar um chute na barriga. Ele me olhou por cima do ombro e proferiu algo com os lábios, mas eu não entendi. E quando a porta se fechou em um baque, eu me encolhi de medo. Onde levaram meu pai? Onde estava Jinyoung? E onde estava Jaebum?

meus amores, vocês ainda não desistiram da fic né? ta na reta final :(((



WAY - JAEBUMWhere stories live. Discover now