Capítulo 8 - Advento da Lealdade

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Seu corpo havia voltado a doer, como se o chá da feiticeira ou os cuidados de Sieron nunca houvessem ocorrido. Alisha tentou levantar, entretanto, alguns de seus ossos estalaram de forma dolorosa, fazendo-a gemer de dor. Merda, um trem me atropelou.

Após alguns minutos de esforço — que mais pareceram uma eternidade. — ela conseguiu se manter equilibrada nas próprias pernas, apesar de estar ligeiramente curvada para frente, com os braços caídos para os lados de seu corpo de forma preguiçosa.

Respirando fundo, Alisha tomou coragem, se endireitando e levando as mãos às costas, se inclinando para trás para se alongar. Em seguida, manteve a parte inferior firme enquanto girava a parte superior uma vez para a esquerda e uma vez para a direita. Com isso, ela gemeu quando suas costas estalaram de forma reconfortante, fazendo a dor ir embora.

Ela olhou ao redor, percebendo estar em um grande salão, onde no centro havia uma fonte clássica. Grande e circular, com diversas formas esculpidas perfeitamente por toda a sua estrutura. As paredes eram cobertas de vinhas e cipós, algumas flores coloridas davam vida ao lugar e a luz do sol entrava através do teto de vidro.

— Heilos? Kauane? Sieron?

Estranhando o silêncio, ela arrastou a mão pela calça, procurando pela sacola de couro que abrigava sua adaga e a chave do Kniga, no entanto, ao sentir a ausência da bolsinha, seu coração passou a bater mais rápido.

— Não, não, não. Que merda!

Revoltada, ela bateu as mãos na fonte e se apoiou, olhando seu reflexo na água enquanto pensa no que fazer. Lembrando-se do episódio do banheiro, ela ergueu o olhar, observando o próprio reflexo. Alisha se mexeu, e apenas se tranquilizou quando viu sua imagem refletir seus movimentos.

— Sem enforcada do espelho aqui. — ela diz, tentando por um pouco de humor na situação.

Do outro lado do salão, algo brilhava como o sol, entretanto, sua luz era totalmente branca. Algo ali era atrativo, por isso Alisha correu para lá, atravessando o portal esculpido.

O corredor era enorme, tanto em altura quanto em largura. O piso era totalmente branco, enquanto as paredes e o teto eram cobertos por madeira, cuja cor era de um tom escuro de marrom-avermelhado. A esquerda, era cheia de janelas grandes, cobertas por cortinas vermelho sangue, mas uma grande quantidade de sol passava pelo vidro.

Determinada a encontrar a saída, Alisha começou a correr pelo corredor, ao mesmo tempo em que as portas dos quartos se batiam quando ela tentava entrar, guiando-a para uma direção específica. Ela sabia que estava sendo conduzida por alguém, mas não podia evitar, todos os seus movimentos eram previstos pelo espírito do lago.

Não há como escapar. Você está cercada, como um mergulhador em um mar de tubarões.

Daquela frase ela se lembrou. Era impossível esquecer o que passou por causa do livro. As três Essências Vitais que tentaram mata-la nunca sairiam da sua mente, bem como a frase do espírito afogado. Nesse momento, ela ligou os pontos e parou de correr, ela havia conhecido o espírito do lago e havia o confrontado.

Alisha avistou uma bifurcação, que não estava ali antes, e resolveu seguir pelo caminho novo. Aquela direção terminava em uma larga escada, revestida com a mesma madeira das paredes, e com esferas maciças anexadas nas extremidades do corrimão, tanto naquele andar quanto no debaixo.

Hesitante, ela desceu degrau por degrau, se inclinando para olhar o ambiente antes de descer totalmente a escada. Ao contrário do superior, aquele andar era decorado com mobílias de madeira bruta e plantas douradas, que refletiam toda a luz do sol que entrava pelas janelas, cujas cortinas estavam abertas.

Daechya - A Crônica Do Kniga *Revisando*Onde histórias criam vida. Descubra agora