capitulo 12

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Anastasia raspou o prato no triturador da pia e colocou-o na lava­dora. Pensou que estava com fome quando preparara o almoço, mas só depois percebeu, como acontecera nos últimos nove dias, desde que rompera com Christian Grey, que não tinha vontade de comer. Andou pela sala inteira, passando os dedos pelos móveis, em bus­ca de poeira inexistente e ficou a imaginar o que poderia fazer pelo resto do domingo. O apartamento estava imaculadamente limpo, reluzente; livros e programas da televisão não a interessavam, no momento. Tinha se envolvido em inúmeras atividades, nestes últimos nove dias, precisamente para evitar isso: não ter nada a fazer e sentir falta de Christian Grey!

Engolindo um gemido, imaginou quanto tempo mais aguentaria sem ele, ansiando por ele, perguntando-se se não poderia ter feito algo que evitasse o rompimento. Algo que resolvesse seus problemas.

Também estava cansada do pensamento tipo "e se"? Símplesmente não resolvia coisa alguma.

Não o vira mais desde que ele saíra de seu apartamento, embora tivesse falado com Melinda por telefone um par de vezes. Ela comentara pouca coisa sobre o rompimento, embora dissesse que viver com Christian Grey, aqueles dias, estava pior do que nunca: um pavio curto pra qualquer discussão.

Deu um salto quando a campainha tocou. Seu coração passou a pulsar rapidamente. Poderia ser Christian Grey? E se fosse, ela o mandaria gelidamente embora, sabendo que era a única coisa certa a longo prazo, ou seguiria seus instintos, se atiraria nos braços dele, implorando que ele nunca mais fosse embora?

Quando abriu a porta, assustou-se. Era Melinda, seu rosto, a face da tragédia, os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Melinda! — arquejou Anastasia, puxando a jovem para dentro do apartamento. — Que houve?

— Christian Grey... Christian Grey e eu tivemos uma discussão horrível — confessou ela, a voz interrompida por soluços. — Ele... ele me despediu

— Fez o quê? — disse Anastasia, quase gritando, encarando o rosto desolado da jovem. — Por que ele fez isso?

— Tudo o que fiz foi dizer o que eu achava a respeito de uma situação no hotel. Bastou para ele perder a cabeça completamente — murmurou Melinda, quase inaudível. — Gritou comigo, dísse que estava cansado de mim e que queria me ver num avião, de volta pra Springfield, nesta noite mesmo.

Anastasia sabia que Christian Grey era temperamental, claro, e que nem sempre ele e Melinda se compreendiam... Mas nunca imaginara que maltrataria a moça dessa forma, deixando-a nesse estado. Que teria ele dito para magoá-la assim?

— Minha pobrezinha! — E Anastasia tomou-a nos braços.

Melinda passou a soluçar no ombro da amiga.

— Não sei o que fazer, Anastasia. Faltavam só três semanas e eu preciso desse dinheiro! Agora, não há mais tempo para encontrar outro emprego antes do início das aulas. E com que cara vou aparecer lá em casa?

Anastasia tentou imaginar por que Melinda precisaria tanto de mais três semanas de salário; pensara que dinheiro não era problema na família deles. E se afligir tanto com a reação das irmãs pareceu um pouco exagerado... Mais um novo soluço da moça e o coração de Anastasia se compadeceu.

— Não chore, Melinda. Se precisa mesmo de emprego nas próximas três semanas, fique na minha loja. Não será tão importante quanto trabalhar no Amber Rose, é claro. Terá de trabalhar di jeans, sujar as mãos de terra...

— Não me incomodo! E eu poderia ficar aqui com você? Não tenho onde ficar, agora que Christian Grey me pôs na rua...

— Claro que pode — assegurou-lhe Anastasia, a raiva por Christian Grey voltando a aumentar. — Então, é bom tratarmos de pegar suas coisas e...

Um marido para chamar de meuOnde histórias criam vida. Descubra agora