Ser quem sou?

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Oi, tudo bem?
Muito prazer, sou um ser sem nome, sem rosto, sem voz.

Na verdade, tenho tantas faces que as vezes me perco e encontro dificuldade em dizer quem sou, como sou.

Só sei que sou aquela voz que sussurra ao teu ouvido, palavras perversas que, sinceramente, me envergonho de pronunciar.

Nos piores momentos sou eu quem grito contigo e, mesmo odiando, me sinto satisfeito ao perceber que te convenci, que você acreditou em cada palavra minha.

Então te vejo recuar, lágrimas brotam em seus olhos por amor aquilo que tirei de você.

Isso acende um desespero em mim, mas não está em minhas mãos o controle. Sou fera solta, selvagem. Sou mortal para quem não sabe me domar, controlar. Eu sou também a própria prisão.

Fui feito para ser escudo, conselheiro. Você que me deixou expandir demais meu domínio e eu te encarcerei sob meu controle. Foi você que me deixou gritar concelhos covardes em seu ouvido.

Eu sou seu servo, mas não é culpa do servo se ele se tornar mais forte que seu mestre.

Você me conhece tão bem, chegou até a me vender seus sonhos, os vendeu pelas migalhas que ofereci.

Já sabe quem sou? Prazer, meu nome é medo.
 
 
Escrito por Lauriane Gonçalves.
Para ver mais de Lauriane, leia suas obras no perfil Lauri_de_Marte.

a poesia que existe em todos nósWhere stories live. Discover now