Quimera

A música de um deus:

(Ouvir a música Reptlia - The Strokers. A leitura deve se iniciar depois da introdução)

Corria. Corria feito louco, feito o vento que soava rouco em seus ouvidos, e passava zunindo e correndo por todas aquelas pessoas. Estava tarde e a lua já até se esquecia de sorrir para ele, mas mesmo assim ele corria, pois tinha de correr, precisava, era isso ou nada. Então ele pulou e viu o mundo. Um sorriso lhe saltou da face e simplesmente amou aquilo, amou a correria, amou o vento louco que lhe contava histórias num zunido único, e amou a lua que agora sorria. Caiu lentamente como uma águia pousando no ninho.

Chegou ao chão e correu mais, sem direção, a lua se escondera de novo e ele já sentia a água agridoce da chuva chegando. Ele correu até o cais e esperou a primeira onda bater na costa. Era forte, robusta, como se fosse Poseidon lhe dando um recado. Então ele catou das costas o seu glorioso violão e ao cair da chuva começou a tocar as leves cordas de metal. O som ribombava por toda a praia. Uma música ritmada e de bom gosto, um bom e velho rock com rifes simples e gostosos. Primeiro sem letra, mas quando começou a cantar era como ouvir um Deus.

E o refrão mexeu com todo o mar e as ondas concordaram com a melodia. Ele gritava e o mar o acompanhava. Sem demora a música, o mar, a chuva e ele eram um só. Um único corpo, e uma única mente trabalhando, sim isso era verdade um só corpo um conjunto perfeito de cantor, e vida, a música da vida.