- I got drunk, it was my best mistake -

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Acordo com o barulho da chuva contra a janela. Cada gota que bate no vidro me faz estremecer e minha cabeça dói como se alguém estivesse batendo nela com um martelo. Abro os olhos devagar, sendo agraciada pela visão turva e a tontura que me atingiu de repente, bem como o desespero que surgiu depois de ter percebido que não estava enxergando direito. Demorei um pouco mais que o esperado para perceber que estava sem os óculos e essa era a razão pela qual não estava com a melhor das visões.

Como não pode faltar em uma manhã de ressaca eu jurei para mim mesma que nunca mais ia beber desse jeito, posso até ouvir minha mãe dizendo o quanto sou imprudente, louca e que deveria ter deixado um pouco de vinho para ela. Sorrio sentindo falta dela, eu deveria ligar, mas agora só preciso de um remédio e dos meus óculos.

Vamos lá Ha Na. Uma coisa de cada vez. Primeiro o óculos, você precisa enxergar, depois um remédio e então descubra que besteira fez ontem a noite. — Espero que nenhuma.
Encontrei meus “olhos” largados no chão, ao lado do pé da minha escrivaninha. Estava intacto, o que é um alívio.

Ando devagar até a cozinha, me escorando nos móveis quando possível. Foi uma luta para achar um analgésico, mas depois de muito procurar eu encontrei uma cartela. Ingiro o comprimido rezando para fazer efeito logo e os batuques na minha cabeça pararem. Por um grande golpe de sorte eu havia lavado o que sobrou do jantar na noite anterior, não aguentaria contato com comida agora.

Sigo cambaleante até o banheiro depois de botar o notebook e o celular para carregar. Me preparo psicologicamente em baixo da água gelada para ver o que eu aprontei porque um: eu não me lembro de nada e dois: bebida mais Internet se torna sempre uma péssima combinação. Deixo a água fria bater nas minhas costas e afastar um pouco o mal estar causado pelo álcool.

Não demorei muito em baixo do chuveiro, mas foi mais difícil sair da água gelada do que entrar. Minha imagem no espelho está longe de boa, então também não demoro muito no banheiro para não ter que contestar o quão mal estou.

“A vida adulta é divertida” eles disseram. Aposto que nenhum deles passou por uma ressaca sozinho e saiu do banheiro, falhando miseravelmente em secar o cabelo que você insistiu em cortar o mais curto possível por ser mais fácil, mas ainda necessita de atenção e cuidado da mesma forma, principalmente quando ele já está crescendo novamente.

Talvez eu corte quando ele chegar no ombro e talvez eu esteja exagerando ou ficando louca. Não sei qual o mais provável.

O computador demora a reiniciar e ligar apropriadamente e assim que a tela inicial aparece eu abro o arquivo da minha história. Eu não tinha escrito muito além do que me lembrava, apenas algumas frases sem muito nexo.

Tudo bem... depois de ligar a música eu mudei a guia e comecei a escrever e beber o resto do vinho. — Me lembro bem disso — Escrevi até a música acabar então eu voltei até o site... O que aconteceu depois disso?
Acho que refazer os meus passos é a única opção que me resta. Forço minha mente preguiçosa a acordar e entrar no site de uma vez, tive que logar em minha conta novamente porque minha sessão expirou. Não havia nada de diferente, era só o mesmo site de sempre.

Talvez eu não tenha feito nada imprudente. Meu celular não estava por perto e esqueci de botar no carregador ontem, então eu imagino que não tenha mandado mensagens sem sentido para ninguém.

Não tenho nem tempo de respirar aliviada, o aparelho a minha frente apita e uma notificação aparece no site aberto. Abro o chat já me arrependendo de qualquer coisa que eu tenha feito ontem a noite.

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