o CEO me Tirou do Limite - Livro II [COMPLETO]

C a p í t u l o 40

(...)

Mas eu estou pensando sobre o que Sarah disse

Que amor é assistir alguém morrer

(...)

Então quem vai te assistir morrer?

- What Sarah Said, Death Cab For Cutie

     Eu entendia todo o cuidado que quiseram ter comigo, mas eu simplesmente não poderia sucumbir a ele, então entrei de cabeça nos preparativos para o funeral de O'Malley. Ajudei Jacob a ligar para todos que precisavam ser avisados ainda no hospital, e não desviei o olhar quando a maca que cobria o corpo do meu segundo pai saía do quarto. Segurando as mãos de Sarah, fiz um esforço além dos infernos para avisar a todos no orfanato do falecimento enquanto Jacob cuidava dos problemas formais.

Ver o coro de choro das crianças se unir não foi exatamente a coisa mais fácil que já passei, mas por mais que doesse falar, eu os lembrei de quem O'Malley era, e por termos vivido com ele, poderíamos nos considerar privilegiados. Pela madrugada a igreja ficou lotada de pessoas da comunidade, flores e um incontável número de velas acesas na entrada, num brilho dourado tão grande que eu sabia que era possível ver do espaço.

O dia amanheceu sem que eu percebesse, enquanto Aretha ressonava no meu colo.

Fui para a empresa ficar por dentro de tudo o que tinha acontecido na minha ausência. Não ter meu pai ali era mais difícil do que eu poderia supor, pensava seriamente em formar um conselho administrativo para me dar suporte até me sentir verdadeiramente preparado.

No final da reunião, Amanda me avisou que eu tinha visita. Quando o vi sentado na poltrona de espera ao invés de dentro da minha sala, com uma pasta no colo e roendo as unhas, quase não acreditei.

– William?

Ele se levantou tão rápido que a pasta caiu no chão, indo a recolher com pressa em seguida. Estendeu a mão, e percebi no aperto que ele tremia.

– Oi.

– Quando voltou de Dubai?

– Ontem à noite. Estou aqui a pedido do Ethan, ele queria vir, mas está organizando como vai ficar o espaço do discurso fúnebre do bispo.

– Certo. Vamos falar na minha sala.

William quase soltava faíscas de nervosismo, mordendo o lábio inferior, a perna sem parar de tremer.

– O que Ethan precisa?

– Na verdade – ele abriu a pasta, tirando um tablet de lá – o que você precisa.

O tablet tinha uma quantidade imensa de informações da minha empresa. Apresentava gráficos, números de balanço, previsões de lucro, tudo o que eu poderia esperar se montasse um grupo administrativo ou se concentrasse o poder da empresa em minhas mãos. Os dados prontos me ajudariam a tomar a decisão.