Unknown || Javi Martínez

Prólogo

Trabalhar na agência da família era uma das coisas que Anna mais odiava em sua carreira profissional e ter seu pai como chefe, sem dúvidas, o maior dos seus pesadelos.

Os comentários que ouvia a respeito dela, grande parte acusando que seu alto cargo na agência de publicidade do pai era decorrente da relação parental entre os dois, a irritava. Acusação que estava longe de ser verdade, levando em conta a má relação entre os dois. Se Anna estava lá era única e exclusivamente culpa de seu tio, vice diretor da empresa, que a ajudou em todos os anos de faculdade e teve ao seu lado sempre que ela precisou, não tardando em dar-lhe uma oportunidade de trabalho na empresa.

Anna odiava que seu profissionalismo fosse medido, odiava que a comparassem, odiava que achassem que ela era incapaz. Por isso, se esforçava, dia após dia, para evoluir e um dia ser a melhor de seu ramo.

Naquele sábado, a publicitária chegou na casa em que morava com sua mãe com a expressão irritada e exaustiva, pensava que teria o dia inteiro só para ela, mas percebeu o quanto estava enganada quando viu sua mãe sentada na sofá da sala assim que abriu a porta.

- Filha? Já em casa? - Paula perguntou surpresa e se levantou para abraçar a mais nova.

- Não estou me sentindo muito bem. - Anna disse ao desfazer o abraço da mãe que a olhou preocupada, percebendo o semblante da mais velha, Anna não tardou em acalma-la- Apenas cansaço.

- Menos mal. - Paula disse com um sorriso fraco, visivelmente desconfortável. - Eu tenho algo para te dizer que sei que não vai gostar, mas quero que pense com carinho. - A mulher sussurrou como se tivesse medo da reação de sua filha.

- O que aconteceu? - Anna perguntou diretamente. Odiava enrolação e sua mãe sabia bem daquilo.

- Seu pai quer que você vá para Alemanha coordenar a empresa com ele. - A mais velha disse e viu a expressão calma da mais nova se tornar incredulidade e pavor.

- O quê?! - Anna gritou.

Seu pai é um empresário e publicitário rico e conhecido na área em que atuava, o que justificava a boa condição financeira da família. Há alguns meses abriu uma filial na Alemanha e desde então só vinha para casa alguns dias no mês. Aquele era o seu maior defeito, ele era tão perfeccionista e queria tudo do jeito dele, mas não percebia que acabava deixando a família sempre de lado. Com a justificativa de não aceitar nada fora do seu gosto na nova empresa europeia, ele pegou as malas e foi para a Alemanha há quatro meses atrás como se tudo o que importasse em sua vida fosse a carreira profissional.

- Ele quer que você coordene a empresa, quer que ensine tudo o que é feito aqui para os funcionários alemães. Você sabe como seu pai não admite erros e ele não quer errar com a nova empresa. - Paula explica e ouve a risada forçada da filha.

- Ele quer mesmo que eu vá para lá? Para quê? Brigarmos mais? Mãe, isso é loucura. Eu não vou deixar a senhora aqui sozinha e ir para a Europa só porque o papai não gosta de nada fora do controle. - A publicitária disse irritada.

- Não é só por isso, filha. - Ela murmurou.

- Então qual é o motivo? - Perguntou tentando manter a calma.

A verdade era que seu pai, Lucas, queria ter a oportunidade de refazer a relação que tinha com a filha. Ele percebia os inúmeros erros que cometeu ao longo da vida e queria se retratar, mas sabia que no Brasil seria impossível. Seria impossível ter uma conversa com a Anna se na primeira briga que tivessem, ela corresse para os braços de seu tio, afim de que esse a ajudasse. Seria impossível consertar as coisas se houvesse uma comparação nítida entre ele e seu irmão.

João, o irmão mais novo de Lucas, era apenas onze anos mais velho que Anna e a entendi melhor que ninguém. Desde a infância sempre foram muito próximos. Mesmo o rapaz sendo uma criança levada, era o único que passava seu tempo livre brincando com a garota. Na adolescência, foi ele quem deu os melhores conselhos para a sobrinha e essa relação se estendeu por toda a vida de ambos. Para o pai de Anna, era impossível competir com seu irmão.

Por esse motivo, Lucas pediu a esposa que conversasse com a filha e pedisse para ela viajar até a Alemanha. A princípio ela coordenaria a empresa ao lado do pai, mas o intuito do mais velho era aproveitar o momento junto da filha para mostrar que a amava e podia ser um bom pai a partir daquele dia. E Paula não poderia ficar mais feliz, ela havia desmoronado com o passar dos anos e com a relação da família. Tudo o que a mulher mais queria era sua família unida mais uma vez e isso só seria possível se pai e filha se entendessem.

- Não importa, amor. Faça isso por mim. - A mais velha pediu segurando as mãos da filha. - Por favor.

Anna podia ver o desespero no olhar da mãe e não podia negar aquele pedido. Sua mãe fizera tudo por ela e o mínimo que ela podia fazer pela genitora, era aceitar seu pedido.

- Tudo bem. Eu vou para a Alemanha.

O suspiro de Amanda foi ouvido e um sorriso largo nasceu nos lábios dela.

- Eu vou avisar agora mesmo ao seu pai. - A mais velha disse se apressando em pegar o celular e sair da sala discando o número do marido.

Anna por outro lado, se sentou no sofá incrédula do que havia acabado de aceitar. Colocou as mãos no rosto e suspirou, sabia que sua vida mudaria com aquele novo emprego. Sabia que precisaria ser mais paciente com as atitudes dos outros e consigo mesma, só não sabia a proporção das mudanças que aconteceriam.

NOTA DA AUTORA:

Olá, meus amores!!!

Aqui está mais uma estória que eu faço com muito carinho e espero que vocês gostem e guardem ela no coração.

Dessa vez, o escolhido foi o Javi Martínez que é um jogador que eu amo demais e que não poderia ficar de fora desse projeto.

Atualizarei Unknown uma vez por semana, provavelmente no sábado ou no domingo que são os dias que tenho um tempinho livre.

Anna tem uma conta no Instagram, onde eu atualizarei de acordo com os acontecimentos da estória. O user é: @annabelordi, sigam lá para ficarem mais por dentro de tudo o que acontece aqui.

Um beijo enorme e até o próximo capítulo!!!