Capítulo 5 (Degustação)

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Luca Donatti

Acordei por volta do meio dia e meu humor não poderia estar melhor. Estava em casa, ao lado da minha família, principalmente do meu pai, que naquele momento precisava muito de mim.

Havia tido uma noite maravilhosa ao lado dos meus amigos e pra fechar com chave de ouro, tipo a cereja do bolo mesmo, consegui fugir das garras de Antonella e conheci um pouco mais da minha bailarina.

Giovanna sem dúvidas estava quebrando todas as barreiras da minha vida. Em menos de vinte quatro horas ela havia tomado um espaço antes nunca cogitado por mim. Sua leveza, alegria, carinho, compreensão... O gosto de sua boca na minha, tinham me fascinado.

E depois de ontem eu me perguntava o que será que o destino me reservaria...

Resolvi ir para o banho e descer para tomar meu café ou almoçar, já que o cheirinho da comida da comida de Pedrina estava subindo até meu quarto.

- Bom dia, amores da minha vida. - Beijei minha mãe e sua ajudante de uma vida. Pedrina tinha ajudado a nos criar e já fazia parte da nossa família há muito tempo.

- Bom dia, meu querido, dormiu bem? - Mamma me abraçou pela cintura.

- Como uma pedra. O que temos nessas panelas? O cheiro chegou ao meu quarto. - Fui em direção ao fogão, mas levei um tapa da cozinheira, como sempre fazia desde quando eu era criança.

- Lavou as mãos, bambino?

- Acabei de tomar banho, Pepê.

- Então venha experimentar essa porpeta que fiz especialmente pra você. - Ela sorriu abertamente, já mexendo dentro de um dos recipientes de cima da bancada.

- Chegou tarde ontem, não é, filho?

- Cheguei, mamma.

- E esse menino lá tem jeito? Deve ter encontrado um rabo de saia.

- Aí que a senhora se engana, dona Pedrina. - Peguei o pratinho servido por ela.

- Espero que não mesmo. Até porque sua irmã me contou que saiu de lá com a Giovanna.

- Ah, você não seria nem louco de mexer com aquela menina. Ela é de ouro. - A empregada bateu em meu braço com uma colher de pau.

Pelo jeito não era apenas Antonella que servia de cão de guarda da minha bailarina. Será que teria que passar pelo crivo das mulheres da minha própria família para me aproximar dela?

- Não é nada disso que vocês estão pensando.

- Que bom. Porque a Gioh é uma menina direita.

- E por acaso o que pensam que eu sou, um bicho papão? - As duas estreitaram os olhos para mim. - Já entendi.

- Filho, nós duas te conhecemos como ninguém.

- Vocês gostam muito dela, não é? - Perguntei com a boca cheia, apoiando o prato no balcão.

- Nos adotamos mutuamente. Giovanna é uma menina maravilhosa, batalhadora, com um coração enorme que não se cabe dentro daquele corpinho pequeno de bailarina. - Sorri me lembrando de como ela foi carinhosa comigo. - Mas almoce agora, você deve estar morto de fome.

- Acertou, mamma. Mas vocês já comeram?

- Não. Estava esperando você e seu pai descerem.

- Ok! Então antes vou falar com ele e combinar que o levarei a quimioterapia nos dias em que estiver aqui. - Precisava ver se pelo menos o Senhor Alessandro estava ao meu lado.

Minha Bailarina (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora