23 - O meu trabalho

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Terça-feira, estou no aeroporto com Sarah que teimou em vir comigo para se despedir. Ela estava tão triste coitada e eu rezava por um milagre mas Deus não me ouviu, eram quatro horas de voo rumo a um país desconhecido que me ofereça a oportunidade da minha vida, uma mulher solteira e sem filhos a cargo que iria passar todo o seu tempo a viajar pelo mundo à procura de novos talentos literários. O salário era muito atrativo, tinha um pequeno apartamento pago pela empresa fora extras, eu precisava desta mudança para ser alguém. O primeiro mês foi muito duro, a língua era complicada, o clima frio e passava o tempo em formação, quando entrava no apartamento à noite ligava para Sarah, tomava um duche e jantava antes de dormir. Dois meses depois eu fiz a minha primeira viagem sozinha, a minha chefe tinha confiança em mimce o resto da equipa incentivava-me a dar o meu melhor. Todos os dias penso como estará o meu detetive? Não consigo apriximar-se de outro homem porque o seu nome está gravado em mim, quando falava com Sarah não tinha coragem de perguntar por Brandon, no fundovtinha medo que ele tivesse andado com a sua vida para a frente enquanto que eu não tive ninguém durante todo este tempo.

Adoro o meu trabalho, tenho tido muito êxito, ganhei alguma reputação no meio editorial e as viagens são fantásticas, todos meses tenho um destino diferente, fui obrigada a mudar um pouco o meu estilo e trocar as jeans  por saias e vestidos atraentes, as sapatilhas passaram a sapatos de salto bem alto, eu já estava acostumada à mudança. Sarah e eu nunca perdemos o contacto durante um ano e meio. Fui promovida e no mesmo dia uma nova proposta de trabalho surge, melhor salário mas sem viagens, quer dizer só se necessário, teria uma equipa para gerir e o mais importante é que poderia voltar para a minha cidade, a empresa ficava perto do meu antigo apartamento. Decido não contar a Sarah porque se ela soubesse ficaria histérica por saber que havia uma hipótese de regressar a casa, eu tinha o prazo de um mês para me decidir e durante esses trinta dias eu andei na corda bamba, voltar tão cedo não estava nos meus planos, não me sentia preparada para conviver com o passado mas por outro lado era a minha carreira que estava em jogo e uma oportunidade única. Peguei no telefone no último dia do prazo e aceitei a proposta com muita expectativa, passei mais um mês a trabalhar e a tratar da minha viagem, os meus colegas organizaram uma festa de arromba mas no fundo eu não estava assim tão triste de os deixar para trás porque a minha cidade fazia-me falta, eu sabia o que queria e tinha planos para o meu futuro. O meu avião chegou ao destino às duas da tarde, o meu sorriso estava estampado, fui para um hotel perto da cidade fiz o check in, pousei as malas e voltei a sair porque tinha marcada três visitas com uma imobiliária, queria comprar a minha casa e estava em cima da hora para o meu encontro com o agente. A escolha não foi fácil, as três casas eram diferentes mas correspondiam ao meu critério que eram jardim, sem vizinhos muito perto e piscina, a casa que escolho ficava a cinco minutos de carro da casa de Sarah, era um lugar calmo, não queria viver no meio da confusão da cidade, queria algo calmo para poder aliviar o stress e onde pudesse encontrar paz, agora era só esperar que o banco aceitasse o empréstimo e que a escritura fosse rápida. Decido comprar flores, passar nobhotrl para pegar as prendas que comprei e chamo um táxi para me deixar em casa de Sarah, quando bato na porta é Martin que abre, está mais alto que eu, tem uma barba rasa, fico abismada com a sua mudança...

- Zara que surpresa! - Ele abraça-me antes de me deixar entrar.

- Estás sozinho?

- Sim mas entra a minha mãe deve estar a chegar.

- Meu Deus estás enorme, talvez o meu presente nem seja para a tua idade. - pouso as flores e pego em dois embrulhos que trago no saco.

- Um presente?

- Na verdade dois, toma!

- Eu não acredito Zara, como é que sabias... - Era um equipamento de baseball, Zara tinha-me contado que ele começou a terminar numa equipa a cerca de três meses.

- Eu falo com a tua mãe praticamente todos os dias, achas que te serve?

- Eu vou já vestir, tenho um treino daqui a pouco. A malta vai ficar com inveja.

- Falta outro presente Martin. - Entrego-lhe a caixa com um enorme laço azul.

- Uma consola? Eu já disse que és a melhor? - Ele beija a minha cara agradecido.

- Uau obrigado pelo elogio!

- Passas oficialmente a ser minha tia!

- Tia? - Ele é um amor de menino.

- Ou madrinha!

- O que quiseres querido, agora vai lá trocar de roupa que eu espero aqui no sofá.

Ele sobe as escadas a correr, eu fico sentada no sofá até ouvir o som de um carro, ajeito o vestido e fico de pé pronta para ver a minha querida Sarah, a porta da rua abre e vejo Jonh dou um passo na sua direção e pego ao ver Brandon logo atrás...

- Zara! - Como sempre ele mostra carinho por mim é vem ter comigo.

- Jonh que bom ver-te!

- Eu digo o mesmo depois de tanto tempo. - Eu abraço Jonh mas não consigo tirar os olhos do homem na minha frente.

- Olá Brandon. - Encontra-lo logo no primeiro dia não fazia parte dos meus planos, sinto vontade de vomitar com os nervos mas tento parecer calma.

- Olá!

- Olá pai olha o que a tua Zara me ofereceu! - Ele tem o equipamento novo vestido que parece ser o tamanho perfeito.

- Tia Zara?

- Eu também chamo tio ao Brandon, qual é o problema?

- Nenhum filho. - Jonh ri do comentário.

- Vamos campeão, vou levar-te ao treino! - Brandon diz adeus e sai com Martin.

- Até logo!

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