Capítulo 22

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UM PERDÃO EXIGE FORÇAS

Byun Baekhyun. O tal homem chamado de professor nos atende e conversa conosco explicando mil e uma coisas a qual algumas sabíamos e outras não. Depois de nos conhecemos e conhecemos o local onde ficaríamos, sim, nós vamos ficar aqui. O professor é um cientista em busca de uma cura para o vírus, junto com as outras pessoas que estão aqui, que também são cientistas com diplomas.

Ele nos deixou entrar e ficar para que pudéssemos ajudá-lo do lado de fora do laboratório, já que de acordo com ele somos mais jovens que todos alí dentro e estamos mais acostumados a encarar os mortos lá fora. Em troca, ele cuidaria da nossa saúde, nos deixará morar aqui, nos dará alimentos e todo o necessário para sobrevivermos. Não reclamamos, pelo contrário, topamos na hora. Só espero que tenha sido uma decisão sábia e que ele não faça experimento com a gente mais tarde.

De qualquer forma, estaremos em alerta a qualquer momento, não devemos abaixar a guarda nunca.

— Esses serão os quartos os quais vocês iram ocupar. Meninas esse é o de vocês e meninos, esse da frente são o de vocês — Agatha, a mulher que nos levou até o professor mais cedo e que agora já sabíamos seu nome, nos apresenta nosso dormitório o qual ficaríamos de agora em diante.

— Esse lugar é enorme. — Chanyeol admirava cada canto daquela lugar.

— É sim. Ele foi bem projetado graças ao professor. — Sorrir simpática. — Fiquem a vontade. Mais tarde mandarei alguém chama-los para comer.

— Obrigado por nos deixar ficarmos. — Digo. Agatha bate em meu ombro levemente enquanto passava por mim.

— Nós sempre estaremos em disposição para ajudar a quem precisar. Não se preocupem, não é incomodo. — Pisca e então se afasta.

— Então, estou indo para o quarto. — Me retiro do corredor entrando no cômodo.

Os caras me seguem, mas paramos ainda na entrada do cômodo ao vermos como ele era. É algo surreal, uma tecnologia extremamente avançada e muito espaço. Uma casa dentro de um quarto.

— Uau, isso aqui é um hotel cinco estrelas. — Luhan vai até uma das camas e se joga. — Isso é tão confortável.

Ao ouvir suas falas, Sehun e Chanyeol fazem o mesmo que ele e se jogam nas camas que viram pela frente. Quando Suho entra de vez, suas animações acabam após o mesmo mandar os três levantarem, pois de acordo com ele, estamos todos sujos e precisamos nos lavar primeiro antes de encostar em qualquer coisa alí, o que não é uma mentira.

— Finalmente irei ter uma noite de sono digna. — Sehun se levanta. — Vou tomar um banho para não perder mais tempo. — Ele saí ligeiro indo a um outro cômodo.

Ansel, Chanyeol, Sehun e Minseok o segue.

Finalmente descansarei. Não demonstro muito, mas estou tão acabado por dentro. Cansado e com o corpo todo dolorido, eu sei que eu não sou o único assim. Malia parecia bem pior que eu, mas está fazendo de tudo para não notarmos, tentando ser forte. O que nos cansa mais ainda, tanto mentalmente como fisicamente, mostrar para os outros que você está bem sem está e guardar todas as suas emoções para si mesmo nos deixa mais exaustos ainda. Depois, irei conversar com ela.

— Baekhyun. — Jongin me tira dos pensamentos. — Pode ir tomar seu banho. — Ele saí do banheiro enquanto enxugava seu cabelo com a toalha.

Pego uma toalha e entro no cômodo para fazer o que eu mais queria, tomar um banho, algo comum de se fazer que hoje em dia se tornou um luxo.

[ ... ]

— BAEKHYUN! — Ouço Maya me gritar.

Eu estava indo em direção ao quarto para descansar depois de comermos. Tudo o que eu mais queria naquele momento era me jogar entre as cobertas e acordar só amanhã.

Paro e me viro para vê-la.

— Sim? — A olho com desdém enquanto a mesma me dava um enorme sorriso e vinha quase saltitando em minha direção.

— Quanto tempo. — Eu a espero dizer mais alguma coisa, porém não vinha nada.

— É isso o que quer falar comigo?

— O que aconteceu? Por que estão me tratando assim? — Seu sorriso desmancha.

— Você ainda me pergunta?

— Eu sei que o que eu fiz não foi certo. Me desculpa, eu me sinto culpada está bem, até demais.

— Sério? Mas naquele tempo não parecia, você simplesmente o deixou para morrer e se foi. É isso o que você chama de se sentir culpada?

— Eu me arrependo. Todas as noites eu tenho sonhado com ele me pedindo ajuda e quando tento salva-lo, milhares de zumbis vem para cima de mim e aí eu acordo. — Ela me olha diretamente nos olhos. — Eu estou com medo de dormir Baekhyun, eu odeio esse mundo e me odeio por tê-lo deixado para trás. Você não percebe isso? — Vejo seus olhos lacrimejar.

— Você pode estar arrependida, mas não vamos esquecer facilmente o que você fez, eu não vou esquecer. As coisas não são mais como era antes Maya, há certas coisas que você não supera. Ou você vive com elas, ou não vive.

— Aprendemos por tentativas e erros, Baekhyun.

— Eu sei, mas as escolhas quem faz somos nós.

— Eu gosto de você. — Ao dizer essas palavras, eu me calo surpreso. — Você não tem noção do que eu passei nesses últimos meses. Eu senti falta de vocês, de você. Eu nunca pensei em me confessar assim, eu sabia o que vocês passaram então guardei só para mim, ainda mais depois do que aconteceu. Nos reencontrarmos assim, não acha que é o destino? Uma segunda chance de recomeçamos e de mudar as coisas. — Ela se aproxima e segura meu braço. — Você não pode me aceitar?

A olho por um tempo. Um pouco mais afastado, vejo Lili, Sehun e Malia parados assistindo toda aquela cena. O resto dos meninos também não ficavam muito atrás, afinal, estávamos no corredor onde qualquer um tem o passe livre para passar.

Meu olhar de repente para em Malia que não desvia os seus em nenhum momento. Sinto algo diferente naquele momento e as palavras 'eu gosto de você' soam na minha cabeça várias e várias vezes. Mas não eram para Maya, eram para outra pessoa e foi aí que eu percebi os sentimentos que fiz de tudo para tranca-lo, ressurgir como antigamente e florescer em meu coração. Malia, é você? É você quem eu gosto.

— Sinto muito Maya. — Afasto sua mão. — Mas não é de você que eu gosto.

Sem pensar duas vezes, deixo a morena para trás e vou até Malia que fica confusa ao me ver se aproximar. Em um piscar de olhos, seguro sua cintura e a puxo para mim colando nossos lábios. Eu percebo sua surpresa ao beija-la sem um aviso prévio, mas logo ela relaxa e libera espaço para um beijo de língua.

— Me desculpe, eu não pude aguentar mais. — Digo entre seus lábios.

Eu já não ligava para quem estava nos assistindo, afinal, eu estava fazendo uma coisa mais interessante do que eles.

Among The Dead (Entre Os Mortos) Onde histórias criam vida. Descubra agora