Capítulo 1, 13

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 Sabe quando parece que tudo tá errado? É o que Atlas Eliott sentia. Em sua casa, no escuro, com chamas azuladas cercando o quarto todo. 13 de junho de 1993. Foi o pior dia da vida de todos os estudantes da escola Northwest. Todos se lembram perfeitamente. O chão começou a abrir, ruir, todos ficaram desesperados, correndo, porém nada se adiantou, e a rachadura se alastrou por todo o local, todos caíram. 13 sobreviveram, porém em um estado crítico, levados ao hospital. 13 dias depois estavam perfeitos. Perfeitos. Tudo estava péssimo, até que foi envolto por chamas cinzas, que não o machucavam. Seus olhos se fecharam, e quando abriu...  

Lissandra corria desesperadamente dos bandidos, carregando uma carteira furtada em sua mão. Cansada, parou e guardou a carteira em seu bolso. Suas mãos emitiram uma energia sísmica escarlate e BOOM! Um tiro por trás de Lissandra. Um vulto com uma arma na mão, atiraram nos bandidos, bem em sua testa, matando-os instantaneamente. Assutada, revirou-se, havia um homem mais velho com ela, aparentemente uns 45 anos. Um brilho cinza cercou os 3, e desapareceram.

 Abakanile estava em seu quarto, tentando compreender...isso. No seu quarto, algo não parava de nevar. A neve branca, pura. Seus olhos brilhavam, da mesma tonalidade da neve. Não conseguia controlar, se sentia fútil, incapaz, triste. Até que um fogo cinza se revelou da chaminé, surgindo um homem velho, aparentemente com 45 anos. Assutada, aproveitou de suas novas capacidades, emitindo de sua mão uma energia esbranquiçada, seus lápis esbranquiçados foram envoltos por uma aura esbranquiçada, disparados no homem, que os transfigurou em pó. Rindo devido semblante de surpresa da garota, disse -Eu posso resolver todos os seus problemas.- e sem deixar Aba responder, a transportou através de chamas cinzas.
 Jacqueline e Ambrose estavam sentados em seu quarto, jogando seus jogos fúteis. A luz acabou. Ambos gritaram, estavam na fase final de seu jogo. Até que uma chama cinza circundou ambos, desesperados, correram juntos para fora, porém a chama foi mais poderosa, consumindo ambos.

 Valerie nas sombras as espreitas, fugindo de seus pais. Cobravam demais dela, esperando que ela fosse isso, aquilo, blablabla! Ela odiava o tanto que era cobrada! Esperavam que ela fosse sucedida como eles, porém era uma garota preguiçosa e desleixada, nunca seria boa o suficiente. Sua mente estava fraca devida tragédia que ouve a 1 mês atrás. Foi algo tão surreal, algo tão místico. Místico. Essa palavra intriga Valerie, sempre manteve uma postura cética quanto o misticismo, mas e se realmente existisse? Não era tempo para pensar sobre isso, tinha que correr. Até que sentiu algo pegajoso em seu pescoço. Algo como um tentáculo se agarrou em seu pescoço, espremendo cada vez mais, até que algo a puxou, levando a um outro lugar.

 Greg (como de costume) estava lendo livros. Diversos deles. Sendo eles obras da escrita como "Lolita" e "A metamorfose". Passou a ler muitos livros depois de conhecer Faustus. Faustus havia o introduzido no mundo da literatura. Havia amado tudo aquilo, e se tornou seu novo passatempo depois do desastre da escola. Desastre. Uma palavra tão caótica e que instiga medo. Estava tudo indo normalmente bem, até que outro desastre aconteceu. Viu? A palavra desastre instiga medo e curiosidade sobre algo. O desastre foi que todos os livros de Greg foram sugados por chamas cinzentas, e logo ele também.

 Dominic fazendo o que geralmente costumava fazer, escalando árvores. A adrenalina era legal pra ele. Adrenalina. Adrenalina e desastre foi o que aconteceu em 13 de junho de 1993. A escola, foi horrível. Dominic foi um dos 13 que sobreviveram, logicamente. Pensou sobre isso e se distraiu, e sem notar, pisou em um galho podre, que quebrou levando Dominic ao solo. A árvore era enorme, seria possível sobreviver a esse desastre? Não teve tempo para pensar, ao chegar perto do solo, uma chama cinzenta cobriu seu corpo, tirando-o dali.

 Victoria está fazendo o que normalmente faria, observando sua pequena borboleta de estimação. É normal ter uma borboleta de estimação? Victoria não ligava. A borboleta era lavanda, a cor favorita de Victoria. Estava entediada, se sentia assim depois que todas as suas amigas morreram na tragédia de 13 de junho de 1993. Estava distraída e somente após de alguns segundos, notou sendo coberta por chamas cinzentas, que a levaram para outro lugar.

 Eric estava em seu carro, andando entediado pela cidade. Passou na frente de sua antiga escola, soterrada. Uma lágrima caiu em seu rosto, mas agora não era hora pra lamentar. Já havia tudo passado, certo? Não. O pai de Eric era dono do colégio. Seu pai era distante, nunca se importou muito com Eric. Eric voltou ao volante, porém, quando olhou para o volante, chamas estava consumindo-o, levando-o para outro lugar.

 Madison e Jasper estavam fazendo o que normalmente fazem, comprando roupas. Normalmente. Eu usei muito essa palavra, mesmo que nenhum deles estivesse normais, estavam todos danificados psicologicamente. Após pegar as vestes, rumaram para os trocadores. Madison para o feminino e Jasper para o masculino. Ao entrarem no trocador, ambos sentiram um calor e chamas os cercaram. Assustados, correram, porém as chamas foram mais rápidas e consumiram os dois, levando-os para um diferente lugar.

 Faustus estava lendo Romeu e Julieta. Um novo romance dado por sua tia. Achou interessante o tema. Estava não literalmente devorando o livro. Sabe, ele ficou mais sensível do que já era quando a tragédia aconteceu em seu colégio. Se tornou mais egoísta do que já era, e mais tímido do que já era. Ele regrediu, estava fechado, deprimido e sozinho. Quando chamas cinzas consumiram todo seu quarto ele não se importou. Já estava cansado. Deitou-se, deixando ser consumido pelas chamas. Até que ele abriu seus olhos...

 Estavam os 13 em um escritório, os 13 que sobreviveram a tragédia do colégio. Todos se entreolharam. Faustus corado encarou Atlas. Um homem de aparentemente 45 anos surgiu no centro dos 13, que formavam um círculo. O homem acendeu um cigarro, colocou-o sobre sua boca, soltando uma fumaça que contaminava o lugar. - Tu ariolos. Hic nunc non cura parentum -Algo entrou na mente de todos, uma dor de cabeça fraca, uma mensagem "vocês foram abençoados pelo poder das jóias. No subterrâneo de sua escola, lá elas estavam. O poder delas tornaram suas vidas especiais." Apesar das explicações, não entenderam nada. Jóias? Poder? Todos se encararam, eram todos tão iguais, mas tão diferentes, sentiam que aquilo já havia acontecido sem ter acontecido, déjà vu. Madison abriu sua boca para dizer algo, o misterioso homem recitou outro encanto -Den tha statheí- todos caíram no chão, desacordados.



Os 13 Por Trás da ColinaWhere stories live. Discover now