Família Lee - MenmaNG

1 - Casamos! Só não sabíamos.

De frente para uma porta trancada, Lee e Tenten se olhavam ansiosos, enquanto uma senhora fuçava os bolsos atrás de seu chaveiro. Os amigos tinham procurado dois meses por um lugar legal para alugar, depois tiveram de esperar cerca de três semanas até que a papelada fosse liberada, agora era o grande dia da mudança, isso se a proprietária conseguisse abrir a porta.

- Eu poderia arrombar. - Sugeriu Lee em sua melhor pose de luta. Tenten, no entanto, parecia desaprovar ao coloca a mão sobre seu ombro e balançar a cabeça negativamente, fazendo com que desistisse e aguardasse mais um pouco.

- Encontrei! - A senhora parecia animada. Mais do que na assinatura do contrato e menos do que no momento do pagamento de três meses adiantados. - Vocês vão amar viver aqui. Meu filho e a esposa passaram seu primeiro ano de casados nessa casa e foram muito felizes. Só sairam quando os gêmeos vieram, porque queriam estar mais perto de mim. Eu moro do outro lado da vila, aliás. Aposto que o casamento de vocês será abençoado como o deles foi.

- Mas nós não... Ai. - Ele não entendeu bem o que disse para levar um pisão no pé esquerdo, mas sabia que aquilo era sinal para ficasse quieto.

- Seremos mesmo. Agora temos que fazer a mudança. - Empurrou o companheiro para dentro e fez menção de fechar a porta para que a mulher saísse. - Muito obrigada por tudo.

Se a proprietária ficou chateada em ser enxotada assim, Tenten não sabia e tão pouco se importava, tudo o que queria era terminar logo a mudança. As caixas com seus pertences estavam todas do lado de fora, na entrada. Era pouca coisa, mas daria um trabalho considerável para organizar, levando em conta que eles não tinham muitos móveis para acomodar os pertences.

Olhou ao redor definindo por onde começar. Ao que tudo indicava, o lugar não tinha sido limpo nem mesmo para receber os interessados no aluguel, então parecia indispensável uma faxina.

- Você pode passar pano no chão, eu vou ver se tem alguma mobília abandonada que possamos usar e começar a ajeitar a cozinha. - Se alongou algumas vezes e suspirou. Tinha sido um longo dia até ali.

- Ok! - Deu seu melhor sorriso como resposta. - Por que não disse a ela que não somos casados?

- Eu não te falei? Ela só aluga para casais sem filhos. Não quis arriscar explicar que somos amigos, vai que isso é proibido. Desde a reconstrução os alugueis estão cada vez mais caros, perder esse estava fora de cogitação. - Se encaminhou para um dos quartos acreditando ter sanado todas as dúvidas.

O processo foi ainda mais complicado do que esperavam. Não havia lâmpadas, o registro de água estava fechado e não sabiam onde encontrá-lo, o pequeno armário em um dos quartos estava tomado por baratas. Talvez soubessem dessas coisas se não tivessem expulsado a dona da casa, mas como lamentar não resolveria os problemas, se puseram a trabalhar até o cair da noite. Conseguiram deixar o lugar habitável, mas longe do ideal.

A casa que escolheram tinha dois quartos. O de casal era bem grande e parecia fazer parte da construção original, já o segundo era pequeno e devia ter sido feito as preças, utilizando um pedaço da sala. Para decidir quem dormiria aonde, tiveram uma discussão que terminou com uma escolha bastante satisfatória para ambos. Dividiriam o espaço menor, deixando o outro para a instalação de uma sala de treinamento. - Obviamente demoraria um tempo para que comprassem todos os materiais necessários e um beliche, então por hora se conformariam com os sacos de dormir que trouxeram e lutariam em um cômodo vazio.

- É tão perfeito. Nunca pensei que teria um dojô em casa. - Lee falava estirado no chão, todo sujo e suado.

- Foi uma ótima idéia dividir o aluguel, devo admitir. Já consigo até ver as minhas armas favoritas penduradas nas paredes.