{Cap. 1} Start.

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Manhã de domingo. Especialmente hoje a manhã surgiu da forma que menos gosto: nublado, de céu branco, com tempo abafado; Costumo dizer que nesta situação, o dia está morto; Ainda mais em um domingo. Enfim, penso em procurar algo pra fazer ao invés de me queixar desta manhã, quem sabe algo mudaria a situação.

Desvio o olhar da janela à mesa de cabeceira, buscando meu celular; Sem tanta razão, presto atenção na hora: 8 da manhã. Me levanto da cama, naquela transição de querer ou não acordar de fato.

No banheiro, o mesmo ritual de toda manhã: escovar os dentes e tomar um banho; Mas desta vez, algo parecia estar caminhando de forma anormal numa manhã de domingo. Um pressentimento, talvez. Não; coisas da minha cabeça.

Debaixo do chuveiro, não somente comigo, mas creio que com muitas outras pessoas, várias idéias vêm a mente, boas e ruins. Planos principalmente. Logo aproveitei pra imaginar o que faria nesta manhã de domingo "morto", se ligaria pra alguém, ou se insistiria em ficar sozinho lendo algum livro, não sei. Continuarei pensando.

Saí do banho, procurei a roupa mais leve e suave possível dentro do meu closet; Embora quisesse mudar esta manhã pra algo melhor, não dispensaria a tranquilidade do domingo. A semana de dias agitados não tem pontos positivos comigo. A combinação perfeita foi uma bermuda comum branca e uma bata de cor creme. Enfim, vou tomar o café; mas antes, preciso falar um pouco sobre mim.

Meu nome é Victor, tenho 18 anos, gosto de musica, livros, viagens, ainda mais quando posso combinar os três. Sou uma pessoa bem paciente, mas ser paciente não significa ser calmo. Tenho meus gostos e desgostos, com certeza mais desgostos do que gostos, mas isso fica pra outra hora.

Moro com meus pais Henri e Donna, e minha irmã Laura. Meus pais são empresários do ramo da moda, controlam uma empresa que fundaram juntos e estão sempre viajando; Não significa que não temos uma boa relação, mas também não significa que sentamos à mesa todos os dias pra um almoço em família. Acredito que esteja longe do padrão da minha família, pelo menos nos tempos atuais. Minha irmã é adorável; Companheira, cúmplice em muitas histórias, boas e ruins, e está sempre do meu lado quando preciso. Tem 17 anos, e seu namorado se chama Sam, mas a história fica pra outra hora.

Sempre fui uma pessoa muito intensa, de todos os sentidos, mas principalmente quando o assunto é "sentimento". Tenho a qualidade e defeito de amar demais, me dedicar demais, consequentemente sofrer demais, mas é algo que gostaria que se auto-descrevesse, em uma situação oportuna, e espero que não seja tão cedo. Sou apaixonado por tudo o que faço profissionalmente, e dificilmente abandono meus projetos. Isso ficará evidente. Vou ao meu café, afinal preciso colocar minhas idéias em ordem, pra enfim pensar no que fazer nesta manhã de domingo, ou quem sabe neste domingo todo.

Abro a porta do meu quarto e encontro o corredor vazio, como sempre. Dificilmente encontro movimento ou barulho por aqui. Desço as escadas e vou até à cozinha, e confesso que na esperança de talvez então encontrar poucas pessoas ou ninguém à mesa, mas justamente hoje a mesa do café da manhã contava com a presença de todos.

- Bom dia.

- Bom dia. - Num descompasso as vozes dos três me respondiam.

- Victor, esta semana eu e seu pai iremos à Munique; Fecharemos um acordo com alemães e ficaremos fora por pelo duas ou três semanas, e vocês poderão contar com a presença da Claudia pra qualquer situação. Tudo bem pra vocês?

Antes que me esqueça, Claudia é governanta da casa e está de fato em todas as situações, sempre ajudando no que precisamos.

- Ficaremos bem, mãe.

Vida em SonhoWhere stories live. Discover now