Estava assistindo televisão com minha mãe quando minha irmã ligou. Minha mãe levou o telefone para cozinha para que o barulho da televisão não atrapalhasse.
– Sua irmã quer falar com você – disse, voltando da cozinha depois de uns dez minutos conversando com Sarah.
– Pode falar – falei, indo para a cozinha.
– Você não ligou para dizer como foi na escola, não deu sinal de vida! – reclamou Sarah ao telefone.
Conversaria mais com ela se ela gostasse de responder mensagens.
– Na escola, foi tudo normal. Mandei mensagem para você, mas não sei o que acontece que você nunca responde.
– Para que ficar perdendo tempo em digitar mensagens se eu posso falar?
– Se você prefere assim, não reclame. Sou ao contrário de você.
– Que macaca que você está hoje, hein! Você está assim desde que mudou. O que está acontecendo?
– Estou morando onde não gostaria de estar – disse como se isso explicasse tudo.
– Megan! – disse minha irmã surpresa. – Você não mostrou estar contra a decisão, por que isso agora?
– Eu não sei! Deve ser estresse de primeiro dia de aula!
– Não existe isso, mocinha! Mesmo assim, você sabe que é pelo bem do papai, ele quer isso, Megan. Não deixa ele te ver triste por estar aí. Pelo menos, você está perto deles, e eu que estou longe?
Não tinha pensado nisso e a Sarah estava certa. Mas ainda assim, não foi ela que enfrentou uma nova escola sozinha.
– Tá bom! Vou maneirar um pouco, está bem assim?
– Você não sabe o quanto é importante você entender os motivos do papai. Sábado é aniversário da vovó, vocês vão vim na sexta, isso não é bom?
– Ótimo! Vamos comer muitas guloseimas! – tentei soar animada, mas falhei.
Estava feliz de ir para Jollyville depois de quinze dias. É pouco tempo para irmos visitá-los, mas tinha o aniversário da vovó que não podíamos perder. O meu desânimo era saber que a família vai estar reunida. Tenho muitos tios, um mais chato que o outro.
Depois de conversar comigo, Sarah ainda queria falar com a mamãe que não achou nem um pouco ruim pegar o telefone de volta. Mamãe e Sarah são parecidas, gostam muito de falar. Já eu puxei o meu pai, nós temos tudo a ver.
Como força do pensamento, meu pai abriu a porta da sala. Não tinha ouvido estacionar o carro.
– Oi, pai!
– Meg! Como foi o seu dia na escola?
Estava ficando farta dessa pergunta.
– Na escola, foi tudo tranquilo – respondi com sinceridade.
– Pessoas legais? Professores bravos?
– Conheci umas pessoas legais sim. Os professores não são diferentes da antiga escola.
– Você vai ver diferença quando estudar na faculdade – comentou, tirando os sapatos e deitando no sofá – Não deixe para decidir tudo ano que vem. Você já pode ir pesquisando e me perguntar qualquer coisa.
– Ainda é muito cedo, pai.
– Quando decidi ser advogado, era mais novo que você.
– Eu vou pensar bem antes de decidir, não se preocupe.
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Garoto de Bronze
Teen FictionMegan mudou de uma pequena cidade para grande Capital do Texas. Acostumada a viver rodeada de pessoas conhecidas, ela passa ter apenas a companhia dos pais, e terá que enfrentar uma grande escola sem sua melhor amiga. Gabriel é o capitão do time de...