Cinzas, poeira e só.

336 15 3
                                    


Encaro Porto Real enquanto desço os degraus do pátio, ou melhor o que sobrou da cidade, cinzas, destroços e sangue. Eu devia sentir tristeza, arrependimento, talvez... vergonha, mas tudo o que consigo pensar é como eubme sentir fora do meu corpo, me observando sem poder fazer algo para parar. Nada vai ser suficiente para aplacar a dor e o luto do meu coração, o sinto sangrar a cada fôlego, em uma morte lenta e agonizante.

Ainda sou humana? A minha incapacidade de sentir significa que estou morta por dentro?

Verme cinzento me espera no que sobrou do pátio, olhando em seu rosto encontro a mesma dor e sofrimento, compartilhamos a perda de Missandei, mas não consigo olhar em seus olhos e não me culpar pela sua morte, tudo foi minha culpa, por ter confiado nas pessoas erradas, por ter feito as escolhas erradas, porém irei consertar isso, todos eles vão pagar.

Foi difícil escolher um lugar apropriado para a execução dos prisioneiros, não restou muitas opções, essa cidade caiu e nunca irá se levantar novamente.

Observando friamente quando os traidores são empurrados a frente e cambaleiam em seus pés acorrentados, ensanguentados e fedidos é assim que se encontram os homens que tramaram contra mim apenas algumas horas atrás, espero que esse seja um presságio do meu reinado, aqueles que se viram contra o sangue do Dragão terão o fim tão rápido quanto cinzas sopradas pelo vento.

O Duende mal consegue me olhar, onde estava sua fé em mim quando tramou pelas minhas costas? Quero perguntar. Mas não faço, Não preciso provar nada, reconquistei o meu trono com fogo e cinzas, suas malditas opiniões não servem de nada agora.

Quem tem total atenção em mim é Jon Snow, esse lobo em pele de cordeiro, fora tão mansinho comigo no começo e no final demonstrou o quanto tinha em suas veias o sangue de um bastardo, não um Targaryen, me recuso a reconhecer tão ofensa ao meu nome, enquanto eu fui vendida pela mão que tivesse mais moedas ele ficou aqui, nos sete reinos, ignorante quanto a todas as tormentas que tive que suportar, como ousa sequer ter esse direito à ser reconhecido?

Eles vêm ao meu encontro, ao local que escolhi para executa- los, escombros do que deveria ser algo importante antes e agora é só poeira, assim como eles serão.

- Espero que tenham aproveitado seus últimos momentos.

- Teria aproveitado se um dos guardas tivesse me deixado ir a latrina hoje cedo, mas como pode ver, me borrei todo - Tyron Lannister sempre um falador, ah! como essa boca mentiu para mim.

- Eu devia ter cortado sua língua quando te vi pela primeira vez, Anão - me abaixo até sua estatura pequenina e desprezível - mas hoje vou cortar sua cabeça e nunca mais irá ser tão espertinho assim.

- E você Jon Snow, bastardo de Winterfell, tem algumas últimas palavras? - me levanto até encarar o seu rosto, esse olhos que me encaram com tanto ódio que é fácil fingir que nunca teve outra coisa lá.

- Eu não traí vossa alteza, você mesma se traiu se tornou a tirana de quem alega ter libertado o povo - ele cuspe suas palavras em mim - eu tentei libertar Os sete reinos de mais tormento.

- Você não sabe Jon Snow, essa escolha não foi eu que fiz, porque eu mataria todos os habitantes de Porto Real se queria colocar sua coroa em mim e governa--los com bondade e justiça? - ele ao menos merece saber que não vou atormentar o mundo, que todos estão seguros, que não tive escolha - há coisas que eu não posso controlar. Mas já está feito, e não posso mudar o que fiz nem o que sentir ao fazer. Eu irei conviver com luto, raiva, dor e tristeza e você com sua traição.

Dou às costas a eles e me dirijo ao que restou do meu exército.

- Estou farta, acabe com isso Verme cinzento - colocaram um assento pequeno para que eu assista a execução, mas me recuso a faze-lo, verei eles cair enquanto continuo de pé.

Quando dois Imaculados se posicionam esperando o meu sinal, ouço as patas de um cavalo se aproximando, forço minha visão e ao longe, uma forma indescritível se aproxima, só quando dothrakis galopam com suas armas em riste, prontos para matar o invasor que passou pelos meus batedores, é que reconheço uma forma gorda, carregando em seu braço uma bandeira branca em sinal de paz.

🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥

Me desculpem qualquer erro, pq não revisei, mas espero q gostem.
Ainda tenho ideias de alguns capítulos antes de matar o jão bobão.



You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Sep 18, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

VOU MATAR o João das NevesWhere stories live. Discover now