A frieza de um coração gelado

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Ela descobriu que tinha dormido quando Thasya a balançou frenética.

As duas estavam atravessadas na cama e sua amiga tinha a mesma cara de sono que ela devia exibir. Olhou pela janela e viu que já era noite.

— Droga Kell, dormimos a tarde toda e eu ainda tenho que ir trabalhar, fora que estou com fome!

— Vamos ver se tem algo na minha geladeira...

Ela se ergueu e foi para a porta. Então parou caindo na real. Os deuses... Droga!

Tocou no trinco já pronta para gritar, afinal foram trancadas lá e ela meio que devia ter pegado no sono quando depois de contar tudo para a Thasya, passaram a amaldiçoar seu destino insano. Mas a porta estava aberta.

Kell foi para a sala meio ressabiada do tipo sem saber, de verdade, o que esperar, e sua amiga vizinha e confidente veio atrás dela grudada em suas costas. Se tivessem um taco de beisebol, com certeza Thasya estaria segurando ele pronta para tacar em alguém.

Mas a realidade da sala era tudo, menos o que ela poderia imaginar.

No lugar daquele bando de deuses seminus e bárbaros, estavam oito homens vestidos com roupas comuns, aparentado serem bem mais civilizados, o viking estava de barba feita e parecia uns dez anos mais novo, ele agora não era mais aquele brutamontes musculoso, estava mais esguio e o mau encarado deus do deserto, também estava com os cabelos curtos, em estilo moderno, parecendo mais humano também e, para seu assombro, sobre sua mesa de centro estava uma mala cheia de dinheiro... Ela esfregou seus olhos, mas era aquilo mesmo, muitas notas de cem reais estavam dentro da mala escura sobre sua humilde mesinha antiga e surrada.

E não era só aquilo.

Não... Por que coisas bizarras em pouca quantidade era bobagem, não, além daquilo, havia uma chave de carro e uma pulseira... Com oito argolas... Era dourada e ela imaginava o que diabos significava...

Shiva, se voltou para Kell sorrindo fofo. Os cabelos brancos tinham sido mudados, agora eram curtos e castanhos escuros. Ele parecia mais jovial e muito mais gato. Evitou pensar sobre aquilo, mas ouviu Zmey rir.

Ela rolou os olhos, tinha esquecido que ele era um invasor de mentes alheias.

— Sei que está um pouco confusa, mas entramos em consenso sobre algumas coisas e estávamos esperando que acordassem, por favor, sentem-se, eu vou servir o jantar enquanto conversamos.

Servir o jantar?

Sua cara deveria se óbvia, por que o baixinho, que o tatuado chamou de Kyungsoo, olhou para ela e falou sorrindo e canto.

— Saímos para fazer compras, afinal que espécie de humana não tem comida em casa? Eu não venho frequentemente ao mundo humano, mas até mesmo eu sei do óbvio.

— Ela trabalha em casa e se esquece de vez em quando, íamos fazer compras quando vocês invadiram a casa da minha amiga, assim não fale desse jeito com ela!

Thasya rebateu meio brava e Kell sorriu. Sua BBF era feroz. O deus baixinho a encarou frio.

— Quanta hostilidade criatura! E eu ainda votei para que deixássemos você viva, que desperdício, retiro meu voto.

E ele encarou o tatuado que ria.

— Ahh, gostei dela, uma humana que não tem medo de um deus do submundo. Qual é o seu nome mesmo, baixinha?

— Baixinha? Você vai ver o baixinha...

E Thasya iria correndo para ele se Kell não a segurasse. Pelos deuses, Thasya estava de Tpm?

Oito deuses na minha vidaWhere stories live. Discover now