C A P I T U L O _ 0.6

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Suspirei irritada após passar quase meia hora sentada na sala da diretora ouvindo reclamações de uma madame esnobe difamando minha filha enquanto a velha da diretora fingia realmente se importar com o assunto.

Bati mais uma vez na porta de Bárbara com um pouco mais de força, afinal, eu estava mais atrasada do que o esperado e pra ajudar Baby nem sequer atendia o telefone.

Todas as chamadas para Caixa postal.

Tudo bem que naquele momento ela estava em horário de trabalho, mas diferente de mim, aquela garota costumava ter sorte no amor e no emprego, o que lhe dava como vantagem ditar seu próprio horário.

E justamente por isso que eu torcia para que justamente naquele horário ela estivesse em casa.

Respirei fundo e olhei o horário na tela do celular antes de bater novamente na porta.

_ Mamãe, está bava?_ Lili perguntou puxando de leve minha calça.

A encarei e sorri antes de me abaixar a sua altura. Coloquei uma mecha de seu cabelo pra trás de sua orelha e deixei minha mão repousar em sua bochecha.

_ Não estou brava, só um pouco apressada. A mamãe ainda precisa ir trabalhar hoje._ Falei acariciando sua bochecha antes de me levantar e tornar a bater na porta.

_ A mamãe da Julia disse coisas muito feias hoje._ Disse ela pensativa enquanto esmagava o Sullivan de pelúcia em seus braços.

A encarei e foi quase inevitável um sorriso, lembrando o porquê daquela mulher ter soltado todas aquelas palavras.

A culpa não era minha se a filha dela realmente parecia com um ratinho e eu ainda fui bondosa em dizer isso depois de tudo o que aquela víbora disse sobre a minha criança.

Eu sempre deixei claro que nunca fui fã de crianças, pra mim eles eram verdadeiros monstrinhos. Na verdade ainda são, até mesmo a minha, mas eu aprendi a gostar de alguns deles.

Isso não significa que eu os ache verdadeiros anjos, por exemplo essa tal de Júlia, uma verdadeira peste, que atentou a paciência do meu monstrinho até ela revidar. Quem mandou mexer com a minha menina.

E um empurrão não mataria, não é?

_ Do que adianta ser bonita por fora e tão podre por dentro? Por isso que a filha é daquele jeito coitada, um exemplo de mãe como aquele._ Resmunguei pensando comigo mesma e pude notar quando Lili acabou rindo do meu comentário.

Um click na porta chamou nossa atenção e logo um imprestável com a cara toda amassada surgiu me encarando com uma expressão quase incrédula.

_ Ah não._ Disse ele em desanimo ao ver Lili junto comigo.

_ Oi titio._ Ela disse com um sorriso amigável no rosto assim como eu.

_ Ah sim, por hora ela é toda sua, obrigada. Agora eu preciso trabalhar._ Disse empurrando a porta pra ganhar passagem e colocar Lili ao lado dele.

_ Não basta ter estragado meus planos pra essa tarde, ainda vou ter que ficar de babá podendo está dormindo?!_ Disse quase indignado ainda parado ao lado da porta com os braços cruzados.

_ Sua irmã tá aí?_ Perguntei o vendo revirar os olhos emburrado._ Pois bem._ Me agachei na altura de Lili.

_ Já vai mamãe?_ Perguntou segurando seu monstrinho.

Depositei um beijo em sua testa antes de limpar a marca do batom.

_ Eu preciso ir, a tia Baby não está mas o tio Guto vai ficar com você até eu voltar. Seja uma boa menina, tá bem?_ Ela assentiu e me abraçou._ E fique viva até eu voltar._ Retribui o abraço antes de me levantar.

Minha Melhor DecisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora