I. E da crise, todo mundo experimenta um pouco

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Escrita por feitade_nuvens em colaboração com bxttomnochu.

Couple: HopeKook

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feitade_nuvens: Oies, to aqui com uma fluffyzinha gostosa pra um tema mais gostoso ainda!! Espero que gostem, foi mto legal escrever s2

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A primeira vez que botou os olhos castanhos grandes e brilhantes em Jung Hoseok, Jeon Jungkook soube que o rapaz era diferente de todos que já conhecera — e não estamos falando apenas de beleza e bom-humor.

Era toda aquela aura colorida, divertida, vibrante, e suave ao mesmo tempo, que cercava o rapaz de cabelos castanhos claros e sorriso de coração, era o jeito que ele olhava para o mundo, sempre jovial e curioso, era o som bonito até da risada escandalosa que fazia o mais novo se apaixonar cada vez um pouquinho mais. Mas, acima de tudo, ou talvez fosse apenas o diferencial, era a magia que o dono dos furinhos charmosos na bochecha possuía.

Pode parecer loucura, mas estamos falando de magia de fato. Sim, Jung Hoseok era um bruxo e era um com muito orgulho.

Jungkook pensou seriamente em procurar um psicólogo depois de presenciar o mais velho conversando com plantas secas, aquelas amareladas pelo sol e falta de água, que logo voltaram a verdejar e florescer pequenos botões coloridos e delicados — foi um acontecimento acidental, já que bruxos são um segredo para o mundo moderno —, parecia apenas coisa de sua cabeça vendo o crush de perto, mas depois de outras situações esquisitas — como um guarda-chuva flutuante e colheres com vida própria — apenas aceitou seu destino como sofredor por um ser diferente de tudo que pudera imaginar.

Além desse pequeno detalhe, Jungkook sentia como se os dois fossem o completo oposto e talvez, apenas talvez, esse pensamento estivesse certo. Enquanto o Jung era apenas sorrisos e conversa fácil, o Jeon era a personificação do ser antissocial, daqueles que mantém uma conversa monossilábica com “sins e nãos” pontuais. E isso transformou-se em sua primeira crise existencial, afinal, como poderia pensar em chegar em Hoseok quando não conseguia manter uma conversa sequer?

Foram muitos minutos ao celular, perturbando seu melhor amigo — o esquisito, porém muito gente boa, Taehyung —, o que o rendeu uma falta de crédito inevitável e um sermão de trinta minutos de sua mãe, já que dinheiro para colocar crédito “não caía da árvore”. Pois é, Jungkook ainda dependia da mãe para ter crédito no celular, já que era um burguês safado que ainda cursava o último ano do ensino médio, o que colocava o crush num patamar ainda mais platônico com o cara de sorriso de coração estando na faculdade.

No dia em que o Jung cumprimentou o adolescente, em frente àquele parque no qual ressuscitou as flores coloridas do mundo dos mortos, o garoto de olhos grandes pensou que poderia desmaiar ali mesmo, talvez sofrer um ataque cardíaco e morrer no meio das tais flores, pelo menos morreria feliz, mas tudo que fez foi gaguejar algo ininteligível — “insira aqui um monte de sílabas soltas sem sentido nenhum”, foi isso que o moreno disse. Parabéns Jungkook.

Sorte grande foi o mais velho ser capaz de compreender o nervosismo do outro, por este motivo continuou desejando uma boa tarde para o estudante fofinho, mas alto demais para sua idade.

A segunda crise veio em forma de autoestima nula. O objeto de desejo, com as tais das covinhas bonitinhas na bochecha, parecia bom demais, “muita areia para o caminhãozinho” de Jungkook. A começar pelo simples fato de que o rapaz era um bruxo. Ponto final.

Mas essa crise não durou muito depois daquele dia lindo de chuva — sintam a ironia, o Jeon odeia chuva — e acabaram se abrigando juntos, espremidos sob o toldo da sorveteria que tinha fechado há uma semana, dando oportunidade para que o mais velho o convidasse para uma tarde de sábado no parque.

Ficou com as bochechas extremamente vermelhas, mas o jovem aceitou com a maior alegria que já sentiu em seu coraçãozinho estacionado na era “emo” da vida. Foi nesse encontro que descobriu que o Jung demorou tanto para chama-lo para sair porque acreditava que sua “condição especial” poderia interferir de um jeito ruim no relacionamento dos dois. Jungkook soltou um “eu sei que você é um bruxo” baixinho e sem querer — como quase sempre acontece com o novinho e sua língua difícil de controlar em alguns momentos específicos, em outros não há quem faça desenrolar o tal do músculo —, mas, desde então, os dois são um casal fofinho e adorador de algumas daquelas coisas melosas que casais fazem.

Pois é, eles adoram andar de mãos dadas, mesmo que o mais novo viva com as bochechas fofinhas vermelhas, adoram dividir um copo de suco com dois canudinhos, mesmo que faça mal para o meio ambiente — e no final, o Jung sempre dava um jeitinho de se livrar magicamente dos canudos sendo amigo da natureza, como o bom bruxo que é —, adoram assistir séries agarradinhos no sofá, mesmo que as costas reclamem no dia seguinte. Nem preciso falar que Jungkook adorava quando seu bruxinho estalava os dedos e seu quarto estava brilhando de tão limpo, fazendo sobrar tempo para ficarem agarradinhos.

A terceira crise também foi fácil de resolver, Hoseok só precisou dizer, com todas as palavras, que amava o jeitinho tímido do outro e que isso nunca deveria ser um empecilho para gostar de uma pessoa. Um bruxinho esperto, devemos dizer, mas talvez nem sempre tão esperto.

Bem, a quarta crise chegou e bem feia. A quarta crise tem nome e sobrenome, além do apoio um tantinho irritante do temido sogro bruxo, tem cabelos negros e brilhantes como uma noite estrelada, além de fascínio por música e um sorriso que tirava até o fôlego de ciumento de Jeon Jungkook, tomem nota.

A quarta crise se chama Min Yoongi e também pratica magias para fazer guarda-chuvas flutuarem pelo meio da rua.

Sob Seu Feitiço • HopekookWhere stories live. Discover now