"É saudável, então, sair de casa mal vestido e aspirar este humor úmido da manhã? Como!
Bruto está doente, e se esgueira do leito agasalhado, para expor-se ao contágio vil da noite?"
--William Shakespeare, Júlio César
Camila Cabello sempre temeu seu primeiro dia em uma nova escola. Haviam as coisas
grandes, como conhecer novos amigos, novos professores, memorizar novos corredores. E
haviam as coisas pequenas, como ter um armário novo, o cheiro de um lugar novo, os sons que
ele fazia. Mais do que qualquer coisa, ela temia os olhares. Ela sentia que todos em um lugar
novo sempre a encaravam. Tudo o que ela queria era o anonimato. Mas ele não parecia estar
no seu destino.
Camila não conseguia entender por que ela era tão notável. Medindo 1,57 m, ela não era
especialmente alta, e com seus cabelos e olhos castanhos (e peso normal), ela se sentia
comum. Certamente não se sentia bonita, como as outras meninas. Aos 18 anos, ela era um
pouco mais velha, mas não o suficiente para fazê-la se destacar.
Existia alguma outra coisa. Ela tinha algo que fazia as pessoas olharem duas vezes. Ela
sabia, lá no fundo, que era diferente. Mas não sabia exatamente como.
Se havia algo pior do que um primeiro dia, era começar no meio do ano, depois que todos
os outros já haviam tido tempo para se conhecer. Hoje, este primeiro dia, no meio de março,
seria um dos piores. Ela conseguia sentir isso.
No entanto, na sua imaginação, ela nunca pensou que seria tão ruim assim. Nada do que ela
tinha visto—e ela tinha visto muito—a havia preparado para isso.
Camila parou na frente da sua nova escola, uma ampla escola pública de Nova York,
naquela manhã gelada de março, e se perguntou, por que eu? Ela vestia pouquíssimas roupas,
apenas um suéter e leggings, e não estava nem remotamente preparada para o caos barulhento
que a saudou. Centenas de jovens estavam lá, chamando, gritando e empurrando uns aos
outros. Parecia o pátio de uma prisão.
Era tudo alto demais. Estes jovens riam alto demais, xingavam demais, empurravam uns
aos outros com força demais. Ela teria pensado que aquilo era uma grande briga se não
conseguisse encontrar alguns sorrisos e risadas de escárnio. Eles apenas tinham energia
demais, e ela, exausta, com frio, sem dormir, não podia entender de onde essa energia vinha.
Ela fechou os olhos e desejou que tudo sumisse.
Ela colocou as mãos nos bolsos e sentiu algo: seu ipod. Sim. Colocou seus fones de ouvido
e ligou o aparelho. Ela precisava abafar tudo aquilo.
Mas nada aconteceu. Ela olhou para baixo e viu que a bateria havia acabado. Ótimo.
Ela checou seu telefone, esperando por alguma distração, qualquer coisa. Nenhuma nova
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Transformada || Camren
VampireSinopse: Camila Cabello, de 18 anos, é arrancada de sua vida nos subúrbios e forçada a frequentar uma perigosa escola de ensino médio na cidade de Nova York, quando a sua mãe se muda novamente. O único raio de sol naquele ambiente é Austin, um novo...