Capítulo 8

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"E eu acho que é importante perceber que não há absolutamente nada de errado com você que você é vale muito."

- Camila Cabello

Ele olhou para ela, chocado em ver que uma garota do tamanho dela havia conseguido jogá-lo tão longe com apenas uma puxada de seu braço. Ele vacilou entre a indignação e o medo. Ela podia vê-lo perguntando a si mesmo se devia atacá-la ou recuar. Ele abaixou sua mão até o cinto, onde um grande frasco de spray de pimenta estava pendurado.

"Coloque as suas mãos em mim de novo, jovenzinha," ele disse com uma raiva fria, "e eu vou usar o spray em você."

"Então não coloque as suas mãos em mim," ela respondeu, desafiadora. Ela estava chocada com o som da sua própria voz. Ela havia mudado. Estava mais grave, mais primitiva.

Ele tirou lentamente a mão do spray. Ele cedeu.

"Caminhe na minha frente," ele disse. "Até o fim do corredor e subindo as escadas."

O guarda a deixou na entrada lotada da sala do diretor, e quando ele o fez, seu rádio o chamou e ele correu para outro lugar. Antes de ir, ele se virou para ela.

"Não quero ver você nesses corredores novamente," ele disse, zangado.

Camila se virou e viu 15 garotos, de todas as idades, sentados, em pé, todos aparentemente esperando para ver o diretor. Todos eles pareciam desajustados. Eles estavam sendo processados, um aluno por vez. Um guarda estava presente, mas apático, cochilando em pé.

Camila não estava disposta a esperar o dia inteiro, e ela certamente não queria conhecer o diretor. Ela não deveria ter chegado atrasada para a escola, é verdade, mas não merecia isso.

Aquilo já era o suficiente.

A porta do corredor abriu e um guarda trouxe mais três garotos, brigando e empurrando.

Uma confusão começou na pequena área de espera, que estava completamente lotada. O sino tocou e, além das portas de vidro, ela podia ver o corredor se enchendo. Agora, havia confusão dentro e fora da sala.

Camila viu a sua chance. Quando a porta se abriu novamente, ela se escondeu atrás de outro garoto e saiu para o corredor.

Ela olhou rapidamente para trás, mas não viu ninguém. Ela passou rapidamente pela multidão de garotos, chegando ao outro lado e fazendo a curva. Ela olhou novamente: ainda não havia ninguém vindo.

Ela estava segura. Mesmo que os guardas percebessem sua ausência—o que ela duvidava, já que não chegou a ser processada—ela já estaria longe demais para alcançar. Ela caminhou ainda mais rápido pelo corredor, aumentando a distância entre eles, e foi em direção à cantina. Ela precisava encontrar Austin. Ela tinha que saber se ele estava bem.

A cantina estava lotada, e ela caminhou rapidamente entre as fileiras, procurando por ele. Nada. Ela caminhou uma segunda vez, examinando cada mesa lentamente, e mesmo assim não conseguiu encontrá-lo.

Ela se arrependeu por não ter voltado para vê-lo, não ter verificado os ferimentos dele, não ter chamado uma ambulância. Ela se perguntou se ele estaria realmente machucado. Talvez estivesse no hospital. Talvez ele nem sequer voltasse para a escola.

Deprimida, ela pegou uma bandeja de comida e encontrou uma mesa com uma visão clara da porta. Ela sentou ali, mal comendo, e observou cada garoto que entrava, esperando por um sinal dele cada vez que a porta abria.

Mas ele nunca veio.

O sino tocou e a cantina se esvaziou. Mesmo assim, ela continuou sentada lá, esperando.

Transformada || CamrenWhere stories live. Discover now