Cap. 23📌

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Já tinha se passado uma semana, as pessoas sabiam e comentavam, não podia impedir isso. As minhas amigas já sabiam, e estavam me apoiando, a Madson voltou a falar comigo. Mas o que queria de verdade ainda ia demorar muito. O meu pai ainda não estava falando comigo, desde que contei, ele "conseguiu" novas reuniões ou sei lá o que ele faz. Percebia que os meus irmãos ficavam incomodados com a falta dele, mas não falavam nada com medo de me chatearem.

Ia acontecer a minha primeira consulta com um ginecologista obstetra, já que estava com 3 semanas.

Já estava tudo planejado, eu iria com a Amanda. Não iria me sentir a vontade se os meninos estivessem lá, talvez só o Arthur.

Amanda; Vai logo Fer, a gente vai se atrasar!

Eu; Eu já tô indo!

Amanda; Pega um casaco.

Eu; Eu tô nervosa.

Amanda; Relaxa, é bem normal. Como qualquer ultrassonografia que você já fez, a diferença é que ele fala do seu bebê.

Eu; Exatamente por isso que estou nervosa.

Amanda; Fernanda. O que você fez não foi certo, por isso que você vai ter que lidar com as responsabilidades. Você vai ter um filho agora.

Eu; Eu sei.

Amanda; Não é como os dias que você cuidou do Matheu, você vai ter que cuidar dele de uma forma diferente. Mas assim como você me ajudou quando estava grávida, eu vou te ajudar.

Eu; É, e eu quero muito você aqui.

Amanda; E eu sei que o papai está "distante" de você agora. Mas vai melhorar.

Eu; Eu quero isso.

Amanda; Você é a menininha dele. Não importa o que você faça, ele vai te perdoar.

Eu; É, eu espero.

Amanda; Agora de verdade. Vamos!

Saímos de casa e fomos para a clínica. Eu sempre fiquei ansiosa pra ir no hospital, mas dessa vez iria ser diferente, eu iria ver como o meu filho estava. Certamente foi a primeira vez que eu fiquei tão ansiosa.
“Qual vai ser o nome?” Vai ser um menino ou uma menina?” “O meu pai vai gostar deles?” Essas e mais mil perguntas se repetiam na minha cabeça, passei o caminho inteiro calada só pensando, e quando voltava para a realidade, via que o meu pé estava balançando, o que significava que estava pensando de mais, mas mesmo assim voltava a pensar.
Quando notei já estávamos estacionando o carro.

Amanda; Pronta?

Eu; Não.

Amanda; Já estamos aqui. Pronta?

Eu; Sim.

A minha primeira consulta foi horrível. Ela me perguntava sobre coisas que me incomodaram muito, e me deixou muito desconfortável responder ao lado da minha irmã. Dizem que quando você faz algo que não gosta, o tempo demora a passar, e eu confirmo isso. Foi completamente chato. Eu pensei que ia escutar os batimentos do bebê.
Mas só respondi as perguntas, que aos meus olhos, na época, foram desnecessárias.

Cheguei em casa e fui correndo para a casa da Manu, pra contar com foi.

Manu; E então, como foi?

Eu; Entediante.

Manu; Você chorou?

Eu; O quê?

Manu; Com os batimentos.

Eu; Não deu pra ouvir os batimentos, só na 5° semana.

Manu; E você está na?

Eu; Ainda na 3°.

Manu; E em relação ao pai?

Eu; O que tem?

Manu; Já escolheu?

Eu; Eu não tenho como escolher isso. Só aconteceu, e vai ser o que é, no caso quem é.

Manu; E quem é?

Eu; Eu não sei.

Manu; Não tem nem uma ideia?

Eu; Nenhuma.

Manu; E como eles estão?

Eu; Bem, eu acho.

Manu; Quem está melhor com isso?

Eu; Acho que o Arlan.

Manu; Sério? Pensei que ia ser pior com ele.

Eu; Eu também. Ele nem pediu ajuda pra falar com os pais.

Manu; Que bom. E as meninas?

Eu; Desde que tudo isso aconteceu, eu não falei com a Darla.

Manu; Nossa. E a Madson? Como tá com você?

Eu; Ainda não conversei com ela, também. Ela ficou chateada comigo pela traição.

Manu; Ela não teve nada a ver.

Eu; Mas independendo de tudo ela é irmã.

Manu; É.

Depois de conversar com ela, eu fui pra minha casa. E novamente, o meu pai não estava.

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📎Atualizado dia 25/07/21

𝐎 𝐢𝐫𝐦𝐚𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐚𝐦𝐢𝐠𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora