Capítulo 12

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Clary assistiu às primeiras aulas com tranquilidade, não era mais o alvo de olhares assassinos por parte do público feminino da escola, supôs que finalmente a fofoca de que ela era irmã de Jonathan havia se espalhado pelo campus.

__ Senhorita Morgenstern poderia responder às minha pergunta?_ o professor de biologia falou mais alto atraindo a atenção da loira, que até então estava perdida em pensamentos.

__eh, desculpa professor, mas qual a pergunta?_ indagou erguendo o rosto para fitá-lo. Percebeu que os olhos de todos estavam sobre ela, era uma espécie de plateia assistindo um show.

Não era necessário ser especialista pra saber que professores como Jorge Prado assediavam suas alunas, seus olhos azuis podiam ser encantadores, seus lábios vermelhos sedutores, os cabelos loiros charmosos, mas nada substituia seu péssimo caráter. A loira sorriu batendo lentamente o lápis no caderno aguardando o professor tirar os olhos de suas pernas cruzadas. Esse era um ponto ruim em sentar na fileira da frente, pensou a Morgenstern imaginando diferentes maneiras de atingir aquele lápis nos olhos do seu querido professor.

__ Já que seus pensamentos são mais importantes do que minha aula, poderia compartilha-los com a classe, senhorita.

Idiota. Clary mordeu o lábio inferior, a tensão na turma era quase palpável.

__ Como quiser. Eu estava pensando em como existem professores que utilizam de suas posições para abusos. Não acha professor? É um verdadeiro escândalo!

A reação que Clary esperava com certeza não era um professor pálido como papel, e uma sala encarando-a como se ela tivesse declarado guerra aos EUA. O professor Jorge pigarreou deixando de encarar a garota, e voltou à sua aula.

__ Preste atenção na aula, Morgenstern.

Clary assentiu muito devotamente fazendo esforço para segurar o riso que ameaçava escapar.

__ Como estávamos falando, a membrana plasmática possue propriedades que permitem a troca constante de matéria com o meio externo à célula.

A aula corria lentamente, o tédio em Clary só aumentava, mas ela fingia estar animada prestando atenção. Poderia ficar indignada quando o professor implicava com ela ao invés de reclamar com os alunos que roncavam no final da sala,mas apenas mantinha a expressão neutra, esconder seus pensamentos era uma vantagem que ela não gostaria de perder.

Quando finalmente o relógio parecia ter descongelado no tempo, a aula chegou ao fim, porém Jorge Prado olhou para Clary, havia um brilho em seus olhos que ela não gostou.

__ Na próxima aula iremos fazer uma prova sobre o assunto de hoje, somente questões discursivas.

A turma fez um coro de indignação, e Clary estava incrédula quanto à clara intenção do professor de prejudicá-los. Aos poucos a turma foi se esvaziando, o intervalo iniciara. A loira arrumou suas coisas, colocando em sua mochila e saindo da sala, e ao chegar ao corredor acabou trombando com alguém.

__ Acho que devemos parar de nos encontrar assim._ a voz brincalhona entrou em seus ouvidos fazendo-a levantar o rosto para finalmente encontrar o par de olhos azuis conhecidos.

__ Oi Maven, também acho, isso está ficando meio embaraçoso._ brincou.

Os dois caminharam pelos corredores congestionados seguindo para o refeitório.

__ Me deixe levar isso pra você._ Maven pegou sua mochila, Clary não reclamou.
__ Obrigada.

__ Então, o que vai fazer depois da aula?_ Maven indagou quando sentaram em uma das mesas do refeitório.

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