Capítulo Único

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Luannete me convenceu a fazer uma versão de ''Sim, senhor!'' de jikook!fem e aqui estou com minha adaptação!



.X.

Incrivelmente nesse momento, justamente nele, me recordo das palavras de minha querida e falecida avó - mesmo que lembrar dela agora, me faça queimar mais um pouco no inferno dos condenados. - Mas não é a imagem dela que me vem na cabeça, longe disso.

Mamãe e ela viviam em pé de guerra, brigando, porque bem, por mais coreana que a velha caduca pudesse ser, ela repudiava o budismo. Enquanto mamãe era uma tradicionalista dos pés a cabeça. Mas esse ainda não é o ponto que me recordo.

Lembro de vovó me assombrar, quando eu era uma criança pentelha e desobediente, falando que o diabo me pegaria pelas minhas travessuras. E céus, a descrição do demônio me fez ter pesadelo até os dezoito.

Ela me mandava ajoelhar com as mãos em oração e rezar para que minha alma fosse perdoada.

Nesse momento, vovó não estaria tão orgulhosa assim de mim. E possivelmente ela falaria que eu merecia o inferno que eu estava prestes a enfrentar.

A questão é que, eu diria para minha avózinha o quão louca e errada ela estava por achar que o diabo era horrível, porque ele não era.

Por mais que eu não fizesse a linha religiosa - para o azar das duas - eu sabia muito de cor, porque Jeon avó me fazia engolir a bíblia, que Lúcifer, antes de cair por desobediência no inferno, era um anjo. E eu deveria dizer, um dos mais belos.

Então o que a fez pensar que ele seria horroroso? Porque bem, o diabo que estava na minha frente, me convencia a cometer cada mínimo pecado e chorar de prazer queimando no inferno de bom grado, sim senhora.

A questão principal é que o diabo - ou diaba - poderia se disfarçar plenamente de um anjinho protetor de sonhos, quando o que mais queria, era sua alma em troca. Seus olhos apertados e negros, bem delineados com maquiagem, me analisavam com malícia e crueldade, enquanto seus cabelos prateados - recém pintados - caiam adornados feito uma coroa pela sua cabeça, contornando seus ombros, descendo até aquelas deliciosas nádegas. Céus, quem a olhasse de longe a acharia a mais doce e delicada das mulheres de Seul. Até mesmo se aproximando poderia se enganar... Mas era pouco para cair nas armadilhas daquela mulher.

É, eu concordava com vovó agora. Eu merecia estar naquele inferno, mas ao contrário do que ela poderia pensar, eu estava adorando cada minutinho ali. Por mais que eu nem pudesse sorrir ou estalar a língua no céu da boca, em contentamento, sem que a diaba me comesse, e nem era da forma como eu queria.

Mesmo aos vinte e três anos de idade, nunca fui inocente suficiente para acreditar que Jimin, minha mulher, pudesse ser uma santa. E mesmo depois de três anos, aquela opinião não mudará nem um pouco. Muito menos me tornei mais inocente.

Como minha professora de dança contemporânea, a mulher parecia uma mandada do inferno, porque não sentia a menor pena de me fazer dar inúmeras voltas no salão, até minhas pernas cederem ao chão, somente para que eu conseguisse fazer um maldito passo da coreografia perfeito.

Olhar para Jimin e não cumprir suas regras era divertido, mas eu sabia que a punição me faria queimar, antes de beijar minhas feridas.

Apesar de tudo isso, ela havia me feito ganhar o ouro, não somente de uma competição, mas de uma aliança em meu dedo anelar esquerdo.

Inferno de mulher que faria até o mais dominador dos homens - e mulheres e qualquer ser vivente - se submeter aos seus pés, e digamos que eu não era alguém que adorava comandar, apesar de desobedecer bastante, eu estaria louquinha abanando o meu rabo para a coreana quando ela pedisse.

Sim, Senhora!Where stories live. Discover now