Cap 11

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Lauren Jauregui (pov)

Ali estava ela, parada junto a porta me observando como se desnudasse minha alma. Ficamos alguns minutos que pareciam séculos apenas trocando olhares. Eu só posso estar maluca, ou os seus olhos continham um certo alívio ao me ver?

Não. Não. Impossível. Neguei com a cabeça. Percebendo minha ação, ela se aproximou e sentou-se na cadeira em minha frente.

- Lauren Jauregui. - Disse simples.

- Camila Cabello.

Passou mais alguns minutos me encarando. Percebendo que ela não ia dizer algo. Iniciei:

- Como você está? - questionei e ela nada disse. - O detetive não irá te acompanhar?

- Não. Pedi para que me deixassem conversar a sós contigo. - assenti surpresa, não estava esperando por isso.

- Certo. Quero aproveitar a chance e pedir as minhas mais sinceras desculpas. Foi uma atitude completamente falha, sei que meu arrependimento não irá desfazer meus erros, mas é o mínimo que eu posso fazer. Perdoe-me pelos meus atos. - pedi com sinceridade.

Camila nada respondeu. Correu seus olhos sobre mim parecendo pensar em algo. Seja lá o que tenha passado por sua cabeça, não deixou escapar pelas suas cordas vocais.

Percebendo que já se passavam minutos em que estávamos em silêncio:

- E então? - incentivei.

Suspirou. Uma, duas vezes. Cruzou os braços sobre a mesa e disse:

- Apenas desejo saber a razão de tudo isso. - disse firme.

- Certo. - suspirei. - Só não me interrompe, tudo bem? - disse calmamente. Ela assentiu.

- Bem, o detetive deve ter dito que eu era policial, certo?! - assentiu. - Pois bem, havia aberto uma investigação sobre Roger há mais de dois anos atrás. Na época, suspeitava que ele estava metido em um esquema de lavagem de dinheiro junto com outros acusados que estavam presos no meu antigo departamento. Sendo assim, passei cerca de dois meses o investigando de longe, observando sua rotina e tudo mais. Entretanto, nesses dois meses não consegui nada que confirmasse minhas suspeitas. E também não tinha te visto nenhuma vez. Sabia que ele morava com uma namorada, mas nos horários que eu vigiava só o encontrava sozinho. Nem com comparsas ele aparecia.

Ela ouvia tudo atentamente, quase sem piscar. Não querendo deixar passar nenhum detalhe.

- Sem resultados, decidi que iria investigar mais de perto. Eu equipei o apartamento de vocês com alguns aparelhos de escuta e câmeras também. - Arregalou seus olhos. - Invasão de privacidade, eu sei. Mas era algo necessário. Instalei em todos os cômodos, menos no quarto de vocês e no banheiro é claro. Foi fácil entrar no prédio, a segurança não era grande coisa. Naquele mesmo dia, após finalizar a instalação dos equipamentos, eu o segui durante a noite. Ele estava indo a um restaurante. Encontrar você. Foi ali que eu te vi pela primeira vez.

Pude notar pela sua expressão que ela estava pensando no quão estranha essa história toda é. Com toda a razão. Eu estaria perplexa se fosse comigo.

- Ele entrou no restaurante e logo depois eu fiz o mesmo. Te cumprimentou com um pequeno beijo e você sorriu. - Ah! Aquele sorriso.

Foi o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. Ela nunca sorriu assim pra mim e eu daria tudo para estar no lugar dele naquele momento.

Voltando para a minha linha de raciocínio continuei:

- Vocês começaram a jantar e tudo mais. Eu fiquei observando vocês acomodada em uma mesa. Ele parecia contar alguma notícia boa para você. Eu fiquei pensando.. como ele era sortudo por ter você na vida dele. Você estava linda naquele vestido. Era com certeza a mulher mais bonita presente naquele restaurante, assim que os meus olhos pousaram sobre você meu coração parecia querer saltar do meu peito. Eu não te conhecia, você não me conhecia, mas isso não foi impedimento para mim gostar de você no primeiro instante.- falei sincera.

Camila estava assustada com as minhas palavras.

- Eu não sei o que dizer... - falou num fio de voz.

- Tudo bem, me deixe terminar. Você não se lembra, mas você esbarrou em mim naquele dia. Quase próximo ao final do jantar, você se levantou e foi até o banheiro. Minha mesa estava próxima ao banheiro feminino. Eu vi  Roger se levantar e fiz o mesmo. Foi aí que quando estava voltando acabou e desequilibrando-se e  chocando-se contra mim. Você olhou nos meus olhos por segundos, se desculpou e voltou até onde ele estava.

- Céus! Eu não me lembro disso.

- Não, tudo bem. Você não é obrigada a se lembrar de uma pessoa que você esbarrou sem querer. Aposto que você faz mais isso do que possa contar. - ri fraco.

Vendo que ela já não estava tão assustada, prossegui:

- Mais alguns dias se passaram e eu não conseguia nada contra Roger. E também eu continuava pensando em você todo o tempo todo, com a ajuda das escutas e câmeras, acabei descobrindo como era o relacionamento de verdade de vocês. Por muitas vezes eu quis pegar aquelas imagens dele te agredindo e levar para o meu departamento, porém eu não o fiz. Era a sua vida, não poderia me intrometer dessa forma. Eu já havia invadido seu apartamento, não queria fazer outra coisa errada. E vocês sempre faziam as "pazes" - falei fazendo aspas com os dedos. - Optei por fazer outra coisa. Sabe aquelas flores, aqueles presentes que estavam todos os sábados de manhã em frente à sua casa? Pois bem, era eu quem mandava. Eu nunca assinei é verdade. Queria que você achasse que tinha um admirador secreto, ou admiradora no caso- ri fraco. - Mas você achava que eram de Roger. Pela tarde quando ele chegava, você o abraçava, o beijava e agradecia pelos presentes que eu tinha te dado, e aquele abutre ainda confirmava, mesmo sabendo que era outra pessoa que mandava.

Respirando mais pesadamente, continuei:

- Eu ficava tão chateada com aquilo, Camila, tão chateada! Eu queria acabar com ele por esse e todos os outros motivos! Aquele abutre dos infernos! E em um desses sábados ele pegou as flores que eu tinha enviado, QUE EU tinha te dado e pediu você em casamento. Foi o estopim para mim. Eu surtei, de verdade eu surtei! - falei raivosa e ela negou com a cabeça.

Tentando controlar minha raiva e respiração suspirei.

- Eu já estava nervosa porque não conseguia provas contra ele e isso só agravou a situação. E devido a outros problemas pessoais eu deixei minha carreira de policial.

Continua...

...

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