Capítulo 8

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Eu não queria, mas ele me obrigou. A polícia ainda não tinha conseguido pegar ele, isso significava que ele logo procuraria outras vítimas. Fingi que estava bem e pedi pra ser a isca. Obviamente a psicóloga que me atendeu não ia deixar, ela me examinou, eu também devia saber que não ia dar certo, ele já tinha me pegado, não queria um alvo repetido, mas ele continuava nas ruas atrás de outras. Tentei levar a minha vida precisava, mas não consegui. Eu não sabia seu nome, nem como achar ele. Então uma noite sai de casa, não conseguia dormir. Peguei a arma do meu pai. A Bárbara acordou e pediu pra eu não sair. Eu disse que era pra ela ficar tranquila, eu ficaria bem. Depois do meu depoimento daquele dia, meu pai disse que a garota que ele sequestrou foi largada na estrada. A pessoa que a viu sendo levada seguiu o carro. Obviamente ele não ia se arriscar com ela. Mas ele precisava de mais alguém. E eu encontraria esse alguém antes dele.

Uma garota no subúrbio. Tinha acabado de jogar um copo de bebida na cara do homem que supostamente seria seu namorado. Assim como aconteceu comigo e Tomy no mesmo bairro, no mesmo bar. Alvo perfeito, mas ele era burro de pegar uma garota no mesmo lugar que me viu com Tomy. Foi simples precisei apenas refazer meus próprios passos. Me esforcei pra lembrar de tudo que havia acontecido comigo antes do sequestro e bingo, o carro preto estava lá. Mas ela não foi seguida por seu namorado como eu tinha sido seguida por Tomy, o que facilitou muito o trabalho dele. Fiquei observando. Ele saiu do carro e começou segui-la a pé. Eu fui atrás deles. Ele a pegou desprevenida num beco. A arrastou pra dentro e tentou apagar ela com algum produto que provavelmente eu já tinha experimentado nas mãos dele. Mas eu não deixei engatilhei minha arma.

-Larga ela.

Assim que me viu ele a soltou, a garota olhou pra mim muito assustada, como se quisesse agradecer e correu dali.

-Você não tem coragem.

-E porque você acha isso?

Ele riu. Sabia que tinha me seduzido. Mas se ele não estava satisfeito comigo, não iria seduzir mais ninguém. Eu atirei em seu peito. Ele me olhou durante o percurso até o chão. Passou em câmera lenta. Fui até ele, o virei para cima e me sentei sobre seu corpo. Encostei o cano da arma na testa dele e o olhei nos olhos.

-Antes de te matar...eu queria saber seu nome.

Ele riu. O sangue começando minar sua boca. De repente eu senti o gosto.

-Michael Owen.

-Adeus, Michael.

Eu atirei.

O SequestroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora