Da boca sem os olhos

16 0 0
                                    

Em minha breve futilidade
espero que possa agradecer
Quantos elogios lhe entreguei e mesmo assim,
nenhuma risada veio a destender

Hoje sei que não posso
fazer o mesmo no seu lugar
Pois você nunca foi só
aquilo que o sol pode tocar

Sinceramente com elogios tão
superficiais de teus sorrisos
Ou até mesmo elogios dos teus
jeitos dentre os entrelismos

Eu não conseguia notar que usava
minhas palavras de forma tão rude
De algo que sempre esteve aí, que
era apenas a sangria de teu açude

Eu lamento mover meus lábios para proferir
como elogio o que nasceu contigo
E não ressaltar tudo o que realmente
construiu dentro de teu próprio perigo

As noites em claro, as lágrimas que dispôs,
as pessoas que levou e os dias que resistiu
Eles hoje me abrem olhos para como
eu realmente poderia proferir um elogio

Elogiar quem se tornou não
por fora, mas por dentro
Hoje vejo que qualquer outro
elogio é no mínimo desalento

Então se me permite falar um
elogio pela primeira vez
Quero que saiba que hoje elogio
quem você moldou na escassez

Alvorecer de lento outonoWhere stories live. Discover now