Andrew

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Eu não saberia dizer qual é, mas aparenta ser aquelas pistolas, que os polícias portam.

Olho para meu machado, desapontado. Achei que a iria surpreender. Estava errado.

Ela corre até chegar nas escadas, existem muitos zumbis atrás dela, mas ela é rápida o suficiente.

Ela escala as escadas e joga as mochilas em cima de mim.

-Aqui está. Comida, utensílios e coisas uteis em geral.

Ela havia feito o mesmo que eu em seu corpo, mas não da mesma maneira, eu estava pior que ela.

-Onde você conseguiu essa arma?

-E se eu te falar que eu sai da escola e invadi uma loja de armas? -Ela sorri e pisca de leve para mim, mordendo os lábios.

-Você o que?

-Tô brincando. Eu estava numa sala, procurando coisas úteis quando vi uma viatura policial na rua. Estava parada, e aparentemente tinha um policial morto sentado nos bancos de trás. Eu pulei a janela e cheguei até o carro. O lugar estava cheio de -Ela franze as sobrancelhas -Zumbis.

-E como você conseguiu a arma?

-Bem, eu entrei no carro, e como eu disse, lá estava o policial, mortinho. Bem, ou quase isso.

-O que você quer dizer com isso?

-Que na hora que eu fui tirar a arma dele, ele meio que estava acordando, e agarrou a minha mão. Tentou me morder, então acertei uma bala no meio da testa dele, ai sim, ele morreu.

-E como você aprendeu a usar uma arma tão depressa?

-Meu pai é policial, ele me ensinou algumas coisinhas -Ela pisca para mim novamente.

-Então... Trouxe mais alguma coisa? -Digo curioso. Se a garota é capaz de trazer uma arma, o que mais ela havia trazido?

-Bem... Como eu já disse, trouxe comida, utensílios e utilidades em geral.

-Do tipo?

-Ah, olha ai - Ela diz, revirando os olhos.

Abro uma das mochilas.

Há livros, celulares, estojos, materiais em geral.

De repente me toco. Sinto como se eu tivesse levado uma pedrada.

E minha família? Como eles estariam? Será que estavam vivos?

Meu pai e minha madrasta viajaram com minha irmã mais nova.

Pego um dos celulares, sem sinal. Abro outra mochila, e acho vários celulares, grande parte estando sem sinal ou bateria.

Quando eu finalmente acho um celular com sinal, disco o numero de minha madrasta, que não atende. Sinto como se tivessem enfiado uma faca e meu peito.

Ligo para meu pai, nada.

Para minha mãe... nada.

Sinto um aperto em meu coração, mas não posso fraquejar... não agora.

Minha companheira me encara, curiosa. Sinto como se fosse passar mal. Pego o celular e arremesso o mais longe o possível.

-O que houve? -Ela pergunta curiosa.

-Eles não me atendem... ou seja, estão mortos -Digo isso da maneira mais fria o possível- Acho que devemos sair daqui... Tem um supermercado na rua de trás... podemos ir lá... acho que seria uma boa ideia...

-Então vamos lá - Ela abre um pequeno sorriso em seu rosto -Mas antes... Me diga qual é seu nome. Eu não posso sair por ai, me aventurando e matando zumbis com um garoto que eu nem sei o nome!

-Eu sou Andrew... E você?

-Anna.

-É um belo nome.

- Só você que acha. -Ela revira os olhos.

Anna levanta, e como um gato, pula do telhado para o chão. Olha para mim e abre os braços, como em um sinal de agradecimento.

-E ai? Tá esperando o que?

Fecho os olhos e pulo. Tenho um pouco de medo de altura.

A distância até o chão me dá agonia, mas logo sinto meus pés no chão novamente, e isso me deixa mais seguro.

Mesmo não tendo uma grande altura, aquilo me assusta. Pegamos nossas coisas, e corremos em direção a saída, ignorando todos os zumbis, que tentam nos atacar. Somos rápidos demais para eles.

De repente Anna para. Seus olhos ficam inundados de lágrimas e ela cai, chorando.

-Anna! -Corro para ajudá-la -Você está bem?

Ela aponta para um zumbi, que vem em nossa direção.

Era pequena, tinha pele clara e seus longos cabelos loiros estavam presos em uma trança. Seus olhos, mesmo que mortos, tinham uma bela tonalidade de verde, assim como os de Anna.

-Era ela, não era? Sua irmã?

Os olhos de Anna ficam vidrados, e ela fica encarando sua irmã. Ela não me responde, e sua pele começa a ficar cada vez mais branca... ela iria desmaiar...

Sua irmã zumbi se aproximava dela, enquanto eu a chacoalhava, em busca de alguma resposta...

De repente, há uma explosão na sala de química, e gritos agoniantes de dor inundam o local... todos os zumbis que estavam perto de nós vão em direção a sala.

De repente, Anna volta a si, e fica me encarando, como se exigisse uma explicação, mas não havia tempo para isso.

-Anna! Precisamos correr!

A resposta é automática, ela se levanta e corremos em direção a saída.

O que encontramos lá fora, não era o que desejávamos ver...

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