four

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( Ruel )

— Que frio do caralho

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— Que frio do caralho. — Blake resmungou, pela milésima vez. — Essa cidade só tem morto de fome.

Acabei rindo enquanto ele pegava mais algumas caixas com pizza, indo em direção à sua moto mais uma vez.

— Larga isso Gray, essa é do Van Dijk. — Cameron apareceu, tomando as caixas da mão do meu melhor amigo, que parecia confuso com a situação.

— É a minha vez, ele acabou de ir.

— Acontece que essa é para a minha prima e eu conheço você, sei que vai dar em cima dela.

— Eu jamais faria isso! — Blake cruzou os braços, era óbvio que ele faria.

— Você faria sim. — Cameron revirou os olhos, eu não conhecia o seu lado super protetor. — Diz para ela que eu estou com saudades.

Assenti enquanto conferia o endereço, não era muito longe dali. Guardei as caixas cuidadosamente enquanto Blake continuava discutindo com o Dallas, subi na moto e então acelerei.

A distância não era longa e então cheguei lá em menos de dez minutos. Buzinei algumas vezes mas não tive respostas, eu odiava quando aquilo acontecia.

Peguei as duas caixas e então caminhei até a porta. Toquei a campainha e assim que ela se abriu, arregalei os meus olhos. O demônio em forma de mulher, estava bem na minha frente.

— Ah, que palhaçada. — Ela revirou os olhos. — Começou a trabalhar de entregador só pra me irritar?

— Com certeza princesa, o mundo gira ao seu redor. — Comentei irônico, deixando ela ainda mais irritada. — Quinze dólares.

— Que cara de pau, meu Deus.

— Eu estou apenas cobrando o que você comprou, deixa de ser doida.

— Aqui o dinheiro, vocês não precisam brigar! — A garota asiática apareceu, passando a loira para trás. — Obrigada, até mais.

— O Cameron pediu pra te dizer que está com saudades. — Dei de ombros, lembrando do recado do meu patrão. — Coragem porque noção não tem.

— Garoto? Não adianta cochichar porque eu escutei! — Ela cruzou os braços, o que ela tinha contra mim?

— Bom pra você.

— Meu Deus Shay me segura, senão eu vou dar um chute nele!

— Você não vai! — A Shay revirou os olhos, enquanto equilibrava as caixas. — Vocês dois têm quantos anos? Cinco?

— Ela deve ter três! Ela é aquela criança perturbada que bate nos próprios pais e chuta os professores. — Dei de ombros, guardando o dinheiro no bolso da minha jaqueta.

— Pra quem queria me beijar, você está engraçadinho demais.

— Disse certo, queria. — Revirei os olhos, havia sido o maior erro da minha vida, ter algum interesse por ela. — Até mais, Shay.

— Até mais...

— Ruel.

— Ruel, até mais Ruel. — Ela sorriu simpática.

Recebi um último olhar mortal da garota loira, antes que Shay fechasse a porta. Eu estaria definitivamente ferrado, se continuasse encontrando aquele demônio, nos lugares que eu frequentava.

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