Por favor, um milagre de natal

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 Jongin estava jogado no chão de piso de sua casa, enquanto olhava o teto e sentia cada cantinho do corpo doer em exaustão, quando pensou em todos os pecados que cometera na vida para estar sofrendo naquele momento. Estava saturado da obra que seus pais resolveram fazer no final de ano, porque agora o estavam escravizando para arrumar tudo. Estava de férias da faculdade, poxa, não era para ser feito de escravo.

-Jongin?! Mas o que aconteceu com você, criança? - ouviu a voz da irmã mais velha e nem se deu ao trabalho de levantar para olhá-la.

-Estou morto, noona! Nossos pais estão me fazendo de escravo desde que a obra acabou. Se estou cansado de arrastar os móveis de um lado pro...

-JongAh, a Rahee está me babando todo! - e aquela voz grossa que interrompera o que Kim Jongin dizia foi o suficiente para fazer o garoto sentir os pelinhos do corpo se arrepiarem. Imediatamente se colocou sentado e foi agraciado com a imagem de Do Kyungsoo, o enteado de sua irmã e um ano mais velho que si, carregando a própria meia-irmã e consequentemente a sobrinha de Jongin.

-Oppa, oppa, oppa!!! - Rahee cantarolava e puxava os cabelos do irmão mais velho, que tentou se fazer de durão, mas acabou sorrindo.

-Hyung! - Jongin chamou pelo mais velho, que desviou a atenção da pequena criança de 3 anos e viu o jovem adulto de 21 anos sentado no chão com uma expressão de criança querendo atenção.-Jongin-ah! - se animou e apressou-se a adentrar a casa. - Eu pensei que você não estaria em casa agora, estou mandando mensagem desde cedo e não me responde! - brigou e JongAh riu.

-Jongin estava sendo escravizado por nossos pais, Kyunggie. Acho que ele nem teve tempo de olhar as mensagens no celular. - a mais velha saiu em defesa do irmão, que continuava sentado no chão.

-Rahee, vai ver a vovó e o vovô, oppa vai ajudar seu tio Jongin a arrumar a casa, ok? - Kyungsoo pediu a mais nova, que concordou com um sorriso de dentinhos branquinhos de leite e se agitou para ir para o chão. Assim que foi colocada no piso, correu até o tio.

-Tioooo, saudades, tiooo! - gritou, deu um beijo estalado na bochecha do moreno e saiu correndo para a cozinha. - VOVÔ, VOVÓ, RAHEE CHEGOU! - anunciou aos quatro ventos e os adultos riram.

-Acho melhor eu ir atrás dela antes que ela esbarre com o Mongu, Jjang Gu e Jjang Ah. - a madrasta de Kyungsoo, e consequentemente a irmã mais velha de Jongin, se pronunciou e saiu correndo atrás da filha arteira.

Os dois jovens adultos riram e ficaram olhando por onde a mais velha tinha corrido, pois sabiam que Rahee era um furacão ambulante e todos sofriam com suas artes do dia-a-dia. Mas enquanto Jongin continuava olhando para a direção em que sua irmã e sobrinha sumiram, Kyungsoo se aproximou do maior, se ajoelhou no chão e puxou o rosto de Jongin para si, roubando um beijo apaixonado do mais novo.

Jongin tinha 21 anos e Kyungsoo 22, mas se conheciam desde os 10 e namoravam desde os 19/20, respectivamente. Tudo começou quando o pai de Kyungsoo se mudou para a casa ao lado da família Kim, sendo Kyungsoo e Jongin apenas crianças e JongAh uma recém-adulta. A mãe do pequeno Do havia falecido há cerca de 1 ano e como estava sendo difícil para a família Do superar a dor da perda, resolveram que mudar de cidade seria a melhor maneira de recomeçar.

O pai de Kyungsoo era dono de uma empresa de traduções, tinha 29 anos e estava sendo um homem bem-sucedido. Sua falecida esposa tinha engravidado por acidente quando eram adolescentes, porém, ambos tinham uma família bem estruturada, então não tiveram problemas em se tornarem pais cedo e permanecerem com seus respectivos estudos.

Coincidentemente, tanto a falecida Do quanto o próprio Do queriam se tornar tradutores do coreano para o Japonês e isso os tornou tradutores juramentados, resultando em criarem uma empresa aos pouquinhos. Infelizmente, a mãe de Kyungsoo veio a óbito quando engravidara pela segunda vez, pois a gravidez era de risco e acabou perdendo muito sangue no parto. Este acontecimento foi um marco tão grande na vida da família Do, visto que nem a criança e a mãe sobreviveram, que o senhor Do jurou que se um dia viesse a arrumar uma esposa novamente, jamais a engravidaria.

Milagre de NatalWhere stories live. Discover now