O começo

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Carol Narrando
Acordo mais uma vez às 6h da manhã para ir à escola, e mais uma vez não estou estou nem um pouco animada, posso gostar de estudar, mas os meus colegas são muito irritantes, a única parte boa de ir à escola é que verei a minha melhor e única amiga.

Levanto da cama, vou até ao banheiro do meu quarto, tomo banho, faço as minhas necessidades e vou me vestir pra mais um dia de aulas. Visto o uniforme da escola e desço para tomar o pequeno almoço, encontro a minha família toda na mesa.
- Boa dia. -Digo quando chego.

- Bom dia Carol. -Todos respondem.

- Filha o motorista está a tua espera para te levar a escola. -Diz a minha minha mãe.

- Está bem, eu já vou.
O Léo hoje não vai? - pergunto me referindo ao meu irmão, e vejo que ele está sem o seu uniforme da escola.

- Não, não vou. Não estou me sentindo muito bem. - ele diz.

- ok. Então eu vou. - Falo tomando o resto do meu soco.
- Tchau!

Saio de casa e encontro o meu motorista, subo no carro e ele da partida no mesmo rumo ao colégio.
Assim que chego ao colégio sou recebida por Dulce que vem me abraçar.

- Oi Carol. Como vc está? - ela diz sorridente.

- Oi. Estou bem, vamos entrar. -Digo e entramos no inferno.

- Onde está o Leonardo? Ele não veio com vc. -Ela diz enquanto andávamos em direção à um banco do colégio.

- Está doente, não vem hoje. - digo  e nos sentamos para esperar o sinal.

Assim que tocou o sinal fomos cada uma pra sua sala, não éramos da mesma sala porque eu era um ano mais avançada.

Entrei na minha sala e todos já olhavam pra mim, e murmuravam algo que eu nem entendia e também não fazia questão de entender.
Nessa escola todos me ignoram, com exceção do meu irmão e da minha amiga, até o Alessandro que cresceu comigo junto com Dulce me ignora, só porque eu sou um pouco diferente e meio gordinha, nem sou assim feia, e tão acima do peso, mas mesmo assim ninguém quer estar comigo. O pior é que não é só na escola, porque em casa a minha mãe, a minha irmã e as vezes o meu irmão vivem me infernizando a vida dizendo que eu "até tenho corpo bonito só tenho que tirar a barriga e diminuir um pouco o braço", estou cansada de toda gente opinar sobre o meu corpo, como se eu não estivesse presente. Um dia eu vou mostrar a todas essas que mesmo gorda eu posso conseguir o mundo.

Estava tão distraída com os meus pensamentos que nem dei conta que a professora de L.P havia chegado.

- Bom dia turma.

- Bom dia Professora. - respondemos todos.

- Hoje faremos um trabalho em dupla sobre os verbos irregulares.

- Ah nãoooo! - disseram alguns colegas.

- Sh sim! - disse a professora.
- E eu vou escolher as duplas, e não quero ver ninguém a reclamar. - continuou dizendo.

A professora começou a escolher as duplas e eu calhei com o Lucas, um ser humano desprezível, que não respeita ninguém, nem mesmo a própria mãe.

- Professora. Eu não vou ficar com esse peso pesado! - Disse Lucas e toda a turma pôs-se a rir. Eu apenas baixei a cabeça e não disse uma única palavra.

- Lucas não são maneiras de falar com a sua colega. As duplas já estão escolhidas, tu vais ficar com a Carol quer queiras quer não.
E peça já desculpas a sua colega. Anda estou à espera.

Lucas apenas ficou parado olhando para a professora com uma cara na boa, depois olhou pra mim e disse:

- Desculpa! - Ele desculpou-se por mera obrigação, porque ele não estava arrependido de nada.
Eu apenas acenei com a a cabeça e voltei a minha posição anterior.

- Muito bem. Agora façam o trabalho, quero isso em minha mesa até o final de tempo.

O Lucas aproximou-se de mim e sentou-se ao meu lado com intenção de fazer o trabalho.
Respirei fundo, e tirei o meu caderno e livro e comecei a fazer a minha parte e ele fez a dele, que era bem pouca já que ele não sabia quase nada sobre o tema, praticamente eu fiz o trabalho sozinha.
Juntei as duas duas partes, pus os nossos Jones e fui entregar à professora. Fomos os primeiros a acabar e ainda faltava algum tempo para o intervalo.
Lucas voltou para o seu lugar e eu agradeci por isso, já não aguentava aquele insuportável.

O sinal tocou e saí da sala em direção ao refeitório encontrar a Dulce.
Cheguei na cantina e pedi um hambúrguer com fritas e fui me sentar numa mesa bem distante das outras, logo. Dulce chega com a sua comida e se senta ao meu lado .

- Como foram as suas aulas? - pergunto pra ela.

- Nada bem. Tive teste supresa de matemática. Se tiver mais uma negativa posso dizer adeus ao parque aquático no final do mês. - disse ela com uma cara triste.
Os nossos pais prometeram nos levar ao parque aquático se nos nossos boletins não tiver negativas. O meu com certeza não terá, portanto eu estou dependendo da Dulce, do Leonardo e do Alessandro. E até já sei que não vai ter parque aquático pra ninguém. Aí a única capaz de tirar boas notas é a Dulce e dos rapazes eu espero tudo.

- tu vais superar. - disse a ela.
- se quiseres eu posso dar-te explicações.

- Acho ótimo. Passo na sua casa depois do lanche. E eu esqueci de te avisar hoje a gente vai contigo, o nosso motorista está andando com a nossa mãe, ela está sem carro.

- Só faltava isso para piorar o meu dia. Nada contra vc Dulce, mas vc sabe que o seu irmão...
- Ela me interrompe.

- É eu sei, mas não liga pra ele, é um sem noção. Ela diz me abraçando.

Acabamos os nossos lanches, o sinal tocou e fomos para as turmas novamente. O resto dia passou correndo e já estávamos na última aula, então o sinal toca e todos começam a arrumar as suas coisas para ir pra casa.
Acabei de arrumar as minhas coisas, pus a mochila nas costas e me dirigi a saída da escola esperando pelo Gerson o meu motorista.
Enquanto esperava vejo a Dulce e o Alessandro vindo.
Logo que eles chegam o Gerson também chega.
Subimos os três no carro e o Gerson deu partida do mesmo.

Uma Garota fora dos padrões Where stories live. Discover now