capítulo | 13

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Sair do local havia sido uma tarefa bem tranquila, devido especialmente ao poder persuasor que Alexander Keller levava em sua genética

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Sair do local havia sido uma tarefa bem tranquila, devido especialmente ao poder persuasor que Alexander Keller levava em sua genética. Não sabia em qual momento a informação chegaria aos ouvidos do diretor do departamento, mas naquele momento não estava interessado em quebrar a cabeça com futuros argumentos. Só precisava de duas horas para fazer Katherine Walsh se sentir alguém livre. Estava achando graça na forma como ela entrelaçava os dedos das mãos sobre as pernas, a forma como mordia o lábio inferior tentando conter o riso e o olhar admirado de quem enxerga pela primeira vez uma paisagem bonita. Ela havia pedido para a janela do carro ficar aberta, por esse motivo os cabelos castanhos faziam uma dança estranha devido as rajadas de vento que adentravam o veículo. Alex não ligava. Aliás, sem perceber, concluiu que já havia passado tempo demais admirando a garota ao lado.

No momento em que começou a avistar os primeiros prédios Kate sentiu a respiração falhar. Parecia uma criança conhecendo um parque de diversões; mãos frias, coração acelerado, vontade de abandonar o carro e correr por todas aquelas ruas que já eram conhecidas por ela. Amava a liberdade que tinha quando Roger era vivo. Amava poder caminhar sem preocupações pelas avenidas de Nova Iorque, fotografando cada mínimo detalhe. Desde que tudo começou a acontecer, havia deixado sua máquina fotográfica escondida no fundo do armário improvisado que haviam lhe concedido. Pela primeira vez, sentiu saudades de poder registrar cada movimento. Amava a ideia de poder guardar tudo na memória, mas o desejo de enquadrar os contrastes da cidade grande e natureza encheram o seu peito de uma sensação calorosa.

— Pode me emprestar seu celular? — quebrou o silêncio, virando-se para encarar Alex. Apesar dos óculos escuros no rosto do agente, pode notar a confusão com a pergunta. — Só preciso tirar uma foto.

— Não sabia que era fotógrafa — brincou, retirando o aparelho do bolso de sua calça e entregando em seguida.

— Eu só gosto de registrar — sorriu.

Não sabia em qual momento havia acontecido, mas sentia-se completamente bem ao lado do agente. Apesar de não se conhecerem a fundo, ele estava sendo sua única companhia dentro daqueles dias conturbados e apesar das discussões, os momentos de trégua que tinham eram positivos – pelo menos para ela. Katherine tentava todos os dias responder as interrogações que surgiam em sua cabeça em relação ao que vinha acontecendo, mas falhava. Seu coração estava recheado de ataduras, completamente remendado, mas uma parte dele sentia-se confortável em dar abertura para o homem ao seu lado. Os pensamentos barulhentos a assustaram e voltou sua atenção aos cenários que iam passando diante de seus olhos castanhos. Notou quando Alex diminuiu a velocidade, virando em algumas ruas, até começarem a visualizar o destino de ambos.

— Estamos chegando — Alex quebrou o silêncio, mantendo os olhos fixos na rota que fazia diariamente.

— Um presente para você — Kate riu, enquanto virava a tela do celular para o rapaz.

— Wow! — piscou algumas vezes observando sua foto estampada no aparelho — Você é boa nisso.

— Uma boa luz e um bom celular — analisou novamente a foto.

AGENTE 030 (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora