1 • εɱρɾεɠσ

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Marinette era uma mulher prática. Detestava atrasos e evitava ao máximo tudo que a fizesse perder tempo (como relacionamentos, por exemplo). E uma coisa que odiava mais do que qualquer coisa, era a falta de comprometimento de um funcionário. Em especial, daquele funcionário.
Chad Lamartine era seu assistente pessoal há três meses. E nem sabia como havia tido tanta paciência com ele. Era um rapaz de cabelos loiros e olhos esverdeados, pinta de galã. Bonito, realmente. Mas um canalha da pior espécie. Não só dava em cima de metade das mulheres da empresa, como achou que tinha alguma chance de levá-la para sua cama.

Um aproveitador barato.
Então ela o despediu, naquela mesma manhã, depois que ele chegou atrasado e sem os papéis que ela havia pedido dias antes. Estava farta.
O único problema era que o RH não tinha como solicitar um substituto naquele mesmo dia, e não havia ninguém com a “qualificação” que ela esperava. Bom, o jeito era fazer tudo sozinha...

Rápido descobriu que não era assim tão fácil.
Nada que matasse, mas realmente era muito papel pra colocar em ordem, e durante a manhã as coisas se tornaram insustentáveis. Precisava de alguém!
Enquanto saía do prédio em que estava em reunião com alguns patrocinadores, ajeitou as pastas que carregava, e começou a andar até seu carro. Foi quando seu celular tocou, e, ao ter que pegá-lo para atender, acabou deixando as pastas caírem.

— Que... merda! — esbravejou, irritada.

— Ei, moça, precisa de ajuda? — ouviu uma voz masculina próxima, e um par de mãos grandes ajudaram a pegar suas pastas. Assim que ficou de pé, olhou pra frente, pronta a agradecer quem quer que fosse e seguir seu caminho, quando ele puxou as pastas e ajeitou nos próprios braços. — Eu ajudo a carregar, estão pesadas.

Marinette piscou, sem reação. Puta merda, era o homem mais lindo que já vira em todos os seus 31 anos... Tinha cabelos loiros, pareciam fios de ouro, rosto másculo, queixo quadrado, bem feito, olhos verdes como esmeraldas. A pele era levemente bronzeada e exibia um sorriso tímido. Devia ter uns bons 1,90 de altura, vestido com uma camisa branca, jeans escuros e tênis All Star. Pra completar, usava óculos de aro arredondado e fino.

Tudo o que fez foi assentir, e o conduziu até seu carro, abrindo a porta esquerda do banco de trás. O rapaz colocou as pastas ali e sorriu para ela. Um sorriso gentil, tímido e totalmente fofo.

— Obrigada pela ajuda — Marinette deu um mínimo sorriso. — Posso saber o seu nome?

— Adrien Agreste — ele disse, esticando a mão para apertar a dela. — E de nada. A senhorita parecia estar precisando.

— Sou Marinette Cheng — disse ela. — Espero não ter atrapalhado você.

— Não, claro que não. Eu estava só indo deixar um currículo.

O rapaz olhou na direção do prédio e suspirou.

— Não parece muito animado — ela reparou.

— Faz quase duas semanas que estou deixando currículos, e não consigo nada — Adrien deu de ombros, mas logo voltou a sorrir. — O importante é continuar tentando. Quem sabe eu não dê sorte?

— Você trabalha no quê? — tentou não parecer ansiosa demais, o que era difícil. Ele precisava de emprego, e ela de um assistente, nem que fosse por uma ou duas semanas, já ajudaria muito.

— Não estou em momento de escolher muito — o loiro riu. — Tenho que pagar minha faculdade. Mas sou formado em administração.

— Eu estou precisando de um assistente pessoal — Marinette disse. — Se não se importar, claro. Eu pago um bom salário. Pode começar agora, mas se não quiser continuar eu te pago suas horas trabalhadas.

Pôde perceber os olhinhos verdes dele brilharem por trás das lentes dos óculos. Aquilo era um sim?

[...]

Faziam seis dias que Adrien começara a trabalhar como assistente de Marinette. E simplesmente não poderia pedir um emprego melhor. Tinha certa experiência como assistente, pudera trabalhou desde pequeno com o pai no negócio da família, o ajudando em tudo. Perto daquilo, trabalhar da Miracle era mel na chupeta.
Marinette era organizada por si mesma. Falava claramente, sem rodeios, com objetividade. Aos poucos ela foi ensinando pra ele como gostava que seus assuntos fossem organizados, e ele pegou o jeito em pouco tempo.

Naquele dia, enquanto ia para a Miracle, Adrien passou na frente de uma cafeteria. Acabou comprando um café pra ele mesmo. Imaginou se Marinette gostava de café, e decidiu levar um pra ela também: pouco açúcar, um pingado de leite e canela. Continuou seu caminho quase saltitante. Era uma característica própria, fazer de tudo pra deixar outra pessoa feliz.

Quando chegou na Miracle ela já estava lá. Ficou um pouco inseguro... nem havia concluido uma semana de trabalho e já estava se atrasando... com certeza Marinette ia despedi-lo também! Entrou no escritório dela meio cabisbaixo.

— Bom dia, Adrien — Marinette murmurou, ligando seu computador.

— Bom dia — disse, deixando o copo de café que lhe trouxera em cima da mesa.

— O que é isso? — ela perguntou, surpresa.

— Eu comprei no caminho pra cá — ele desviou os olhos, as bochechas ruborizadas. — Se não gostar pode jogar fora... é café com leite e canela.

Marinette não sabia o que dizer. De todos os seus assistentes, nenhum havia sido tão atencioso e gentil daquele jeito. Bebeu um gole da bebida quente e fechou os olhos. Não pôde evitar o sorriso.

— Obrigada — falou, ganhando a atenção dele. Abriu os olhos e sorriu, mordendo a bochecha por dentro. — Não sei como, mas trouxe o meu favorito.

— Sério? — Adrien piscou, surpreso.

— Sim. Obrigada outra vez.

O mais novo se sentiu satisfeito. Tanto que até esqueceu seu suposto atraso, pois logo os dois estavam falando sobre a agenda dela.
Mal sabia ele que aquele café e sua animação faziam Marinette se esquecer momentaneamente dos problemas que contraíra junto com seu casamento, oito anos antes. 

✦✧✧ мγ ℓονєℓγ αѕѕιѕταиτ ✧✧✦ Where stories live. Discover now