III

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Cheguei em Manaus alguns dias depois, me sentia bem, porem entediado, foram muitos dias de viagem e eu não fiz nenhum colega, porém não me importei muito, tive tempo pra pensar e desenhar, após a descida, me hospedei no hotel Millenium, devo dizer, em comparação com a última vez que aqui estive, em 2014, sinto um conforto muito melhor, a cama é bem mais macia, os quadros menos macabros, e o atendimento serve de exemplo aos outros hotéis da área, enfim, impecável.
Havia combinado com o Sargento de me encontrar com ele no Aeroporto da Cidade, as 15:00, deveria entrar em um avião sem informação, que continha apenas uma faixa verde nas laterais, agora são 07:03, tenho muito tempo para conhecer a cidade e aproveitar Manaus da nova geração. Como jornalista sei muito bem como parecer um morador local, e ainda aproveitar os pontos da cidade com discrição, agir como um turista pode te tirar muito da experiência de uma viagem, pessoas extasiadas incomodam, e ninguém gosta de ser incomodado, quiçá esta cidade seja uma das mais bonitas e calmas que já visitei, por isso, discrição será de grande ajuda.
Sai do hotel as 09:00 e fui direto a um restaurante local, comi uma torta que estava divina, segundo o garçom, era feita com plantas encontradas em grande escala em nossa pátria, açaí e café, nunca imaginei que esta poderia ser de tão bom gosto, devo me lembrar de pegar a receita mais tarde. Após isso, as 09:45, fui a uma biblioteca, era linda, mas não li nada, fiquei me arrastando no chão vendo todos os livros, os detalhes do prédio me desrespeitavam com tamanha beleza, madeira escura, com janelas barrocas de bordas de ouro puro, a iluminação era de força ideal, era o suficiente para se ver com clareza, sem que seus olhos sintam dor, os livros estavam em estado excelente, os computadores eram rápidos, e os bibliotecários, portavam quase todos óculos grandes, mas de lente fina como papel, de inteligência elegante e sedutora, havia lá também uma padaria, que estava fechada no momento, pois estavam preparando a comida, o cheiro da massa tocando suavemente a bancada trazia um ar de quinta-feira de chuva em 2009, onde todas as mães da cidade se concentravam em fazer bolinhos de chuva, cada um com seu tempero sentimental, os andares corriam e desaguavam em uma escada espiral, com um tapete vermelho, se tivesse que descrever esta biblioteca, diria que é poderosa, sai de lá mais tarde do que deveria as 11:03.
Não preciso dizer que andei pela cidade o resto do tempo, fui a um Teatro, uma floricultura, uma igreja católica gótica, enfim, quando me dei conta, eram 16:00.

Floresta de VenetasWhere stories live. Discover now