16. Tão Perto!

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Fernando dormiu mais uma noite no sofá do escritório, queria que Isabela tivesse todo o conforto possível, mas antes mesmo de abrir os olhos sentiu que o sofá estava apertado demais, parecia ter encolhido durante a noite, mal abriu os olhos e viu Isabela dormindo ao seu lado no mesmo sofá agarrada à sua camisa, não disse nada, apenas sorriu, beijou a filha no rosto e foi ao banheiro pra depois acordá-la.

Era em torno de seis e vinte da manhã quando Isabela acordou e até que estivesse completamente desperta levou ainda alguns minutos, tomaram café juntos antes de sete horas, Fernando estava com Isabela no carro indo para o escritório do pai.

- O senhor trabalha aqui? - espantou-se Isabela ao ver seu pai entrar com o carro no estacionamento do escritório, reconheceu o ponto de ônibus bem na frente do escritório e só então viu a placa enorme no alto de sua cabeça: MARCATTO ENGENHARIA E ARQUITETURA.

- Sim, por quê?

- Eu fiquei descansando nesse banco quando eu 'tava indo pra sua casa e até vi carro preto entrando aqui bem na hora que eu saí.

- Tem certeza?

- Tenho sim, eu sentei bem ali no canto.

- Olha só, a gente estava tão perto!

- Mas agora não importa mais, né?

- Verdade - Fernando engatou a marcha do carro e dirigiu até sua vaga costumeira de todos os dias.

Isabela desceu do carro do pai e entrou junto com ele de mãos dadas pela recepção da empresa, claro que todos ficaram admirados e curiosos, mas Isabela apenas sorria.

O prédio não era tão grande, na verdade tinha apenas três andares, um no solo e mais dois e a própria estrutura do edifício não era grande, mesmo com apenas três andares, mas era muito luxuoso, o que mostrou que Fernando era um homem de bom, gosto, tanto sua casa quanto seu trabalho eram ambientes muito bem decorados.

Fernando não explicou a ninguém dos que já tinham chegado quem era a garotinha que entrava com ele, apenas sorriu e aos poucos que perguntavam quem era ele apenas respondia: - logo você saberá.

Entraram na sala de Fernando, o local era lindo, uma mesa enorme de vidro, uma cadeira giratória de couro preta, a sala era toda acarpetada com um sofá em cor marrom no canto, uma mesa de desenho verde clara num outro canto da sala, outra estante enorme cheia de livros no outro lado, quadros, vasos com plantas e enfeites dos mais variados decoravam a sala.

- Senta lá. - apontou Fernando à sua própria cadeira.

- Posso mesmo?

- Claro, vai lá.

Isabela não esperou segundo convite, deu a volta na mesa e sentou-se, a cadeira era macia e alta.

- Gosta?

- Sim senhor, é aqui que o senhor trabalha?

- É aqui, nessa mesa, nesse computador, nessa sala.

- È muito legal aqui.

Foi na mesma hora que entrou na sala um rapaz forte, não tão alto quanto seu pai mas também era alto, era completamente careca, tinha braços fortes e foi logo tratando seu pai de maneira como se já o conhecesse a tempos:

- Até que enfim, sabe desde que horas estou te esperando?

- Nem vem Rico, você chegou não tem vinte minutos, eu sei muito bem.

- Não importa, mas tenho notícias boas.

- Quais?

- Conseguimos o projeto do japonês.

ISABELAOnde histórias criam vida. Descubra agora