49

3K 155 13
                                    

A viagem não é muito longe e logo chegamos no hospital, desço do carro e vou em direção a recepção. Lá entro e sento para esperar a minha vez, como ja estava marcado era só esperar e isso não demora a acontecer.

Sou chamada, entro na sala e no final dela está o rosto tão conhecido por mim.
AnaLu: Dra Cristina - Ela levanta e eu caminho até ela e abraço.

Ja havia se passado tantos meses que eu e ela acabamps virando intimas. Eu tinha ela como uma mãe, não sei se por sentir a falta da minha, mais adotei ela para mim.

Dra Cristina: Oi meu amor, como está esse rapazinho aí? - acaricia a minha barriga
AnaLu: Muito bagunceiro por sinal. - Ela sorri.
Dra Cristina: Então vamos vê como ele está? Pode deitar e levantar a blusa.

Faço o que ela pede e subo a blusa dando a imagem a minha barriga, que ja estava enorme por sinal. Fico admirando a farra que ele fazia naquele curto espaço até que sou interrompida por ninguém menos que ele.

Ruan: Eeerr... Oi - Coçando a cabeça
Dra Cristina: Ola rapaz, sou Cristina e você deve ser o papai coruja, né? - estica a mão.
Ruan: Eu mesmo - aperta a mão dela. - Já começou? O que eu perdi?
Dra Cristina: Se acalme rapaz - sorri. Estavamos justamente te esperando e já que chegou, podemos começar.

Ela liga o aparelho, se aproxima e espalha o gel na minha barriga. A sensação e sempre de surpresa e ansiedade. O gostoso de poder vê o meu filho e saber que daqui a pouco ele está ali comigo. Até que sou surpreendida pela mão do Ruan tocando a minha e olho para ele, agradecendo pela cumplicidade.

Apesar das nossas diferenças ele é, e sempre será o pai do meu filho, a pessoa que eu vou sempre amar e agradecer por ter me dado o maior e melhor presente da vida.

Ela começa a movimentar o aparelho e o espaço é tomado pelo melhor som da vida, o coração do bebê parecia até escola de samba. Olho para o Ruan e ele está conectado olhando os movimentos na tela, até que somos interrompidos pela Doutora.

Dra Cristina: É, me parece que tem algo novo aqui. - aproxima mais o óculos parecendo não acreditar.

O desespero me consome e eu só sei apertar a mão do Ruan, sem conseguir esboçar uma reação sequer, o que poderia ter acontecido? Milhões de coisas passam pela minha cabeça, até que o Ruan enfim fala algo.

Ruan: O que houve? Fala, o que tem o meu filho? - muito nervoso.
Dra Cristina: Não é o SEU filho e sim os SEUS FILHOS. Tem 2 embriões aqui.

O desespero vira confusão e o Ruan me olha surpreso. Não consigo dizer nada, apenas chorar, 2 filhos, meu Deus.

• O Outro Lado do Paraíso 🍃Onde histórias criam vida. Descubra agora