Dead man walking

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(Homem morto passando)

               O jeans claro lavado mais vezes do que deveria tinha agora uma coloração desbotada, mas não deixava de fazer jus ao par de coxas firmes que o usava. Passava do meio da tarde e Billy estava sentado no capô do seu carro do lado de fora do prédio do hotel mais caro da cidade. Uma edificação de pouco mais de oito andares, não era muito em comparação a grandes cidades como Nova York, mas para a pequena cidade de Riverdale era o melhor que poderiam oferecer aos visitantes. Os St Clair não tinham residência fixa na cidade, eram conhecidos e muito amigos dos maiores nomes naquelas ruas, mas na maioria das vezes suas visitas se tratavam apenas de trabalho, aquela não era diferente, no entanto o filho do casal Nicholas tinha se envolvido em algo maior que os negócios o pai, tinha se metido com a Blossom e um Hargrove furioso. 

           O cigarro que carregava entre os lábios tragando a fumaça densa do tabaco meticulosamente chegara ao fim indicando que não tinha mais o que esperar. Havia se passado cerca de vinte minutos  desde a saída de um casal que ele julgara ser os pais do famigerado Nick. A bituca do cigarro foi apagada com o solado do par de botas rústicas e nada limpas que usava antes de começar a marchar em direção a entrada do hotel. Deslizou uma cédula de bons cinquenta dólares e conseguiu o número do quarto onde estava hospedado. Segui avante atirando o corpo para dentro do elevador, virou-se para o espelho de cerca de sessenta centímetros que cobria  parede de fundo da caixa metálica analisando a própria figura. Ele não era nada tolo, sabia o quão bem apessoado era não faia qualquer modéstia sobre tal coisa. Ajeitou a gola da camisa e a cós do jeans levantando a peça, sem machucar as bolas, mas deixando o pacote entre as pernas levemente marcado, talvez fosse um ato de virilidade algo que provavelmente herdara do próprio pai. Ser um homem significava muitas coisas de muitas formas. O som indicando que havia chegado ao andar que desejava soou, o corpo robusto deixou o elevador caminhando tão calmamente que nem parecia ter pensamentos perversos ao se dirigir a penúltima porta do corredor. Os St. Clair tinham um belo duplex para sua estadia. O indicador foi pressionado contra a campainha, duas vezes, tomou um intervalo e depois outras duas vezes.

           ───Estou indo! ─── ouviu a voz mascarada do rapaz soar instantes antes de abrir a porta. ───Não...não... 

           No mesmo instante em que puxou a porta  viu a figura de Billy a sua porta o magricelas tentou fechar a porta novamente, os olhos saltados e a repetição incessante de um "não" nada sutil demonstrava que pouco estava contente em vê-lo ali. O Hargrove sorriu colocou o pé no espaço que ficara e mantendo a porta aberta, a destra não precisou fazer tanto esforço para empurrar a porta abrindo caminho para si. Não sabia dizer se o garoto era mesmo um fracote ou se teria sido a surra que lhe deu, afinal havia se passado apenas dois dias. 

         Nicholas tomou distância em passos tão rápidos que parecia sapatear no hall de entrada do apartamento, a porta se fechou com um estralo característico da força empregada pelo loiro. Tinha um prazer pessoal em ver como se encolhia feito um animal ao vê-lo ali, e deveria, pois se fosse a seva certamente Nick seria a caça e Billy nada menos que o caçador. 

          ───O que faz aqui? ─── vociferou com a voz oscilante ───Mas que diabos, quem deixou você subir. Ninguém faz nada certo nessa droga de cidade.

         ───Se acalme Nick, ou vai borrar as calças antes mesmo de conversarmos.

         ───Você, o caipira que me atacou no outro dia quer conversar? 

         ───Outch! Assim você me ofende. ─── umedeceu os lábios mantendo um sorriso sádico no rosto parando os passos em direção ao dono do lugar. ───Teríamos conversado na outra noite se não estivesse no topo de Cheryl enquanto ela estava inconsciente. 

Fire & GasolineWhere stories live. Discover now