Capítulo 1.1

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— Eu escutei algumas coisas ruins. Acredita que a Laura disse que os pais desejam que os soldados matem todos os vermes que existem aqui?

— E o que a Laura acha disso?

Anna deu de ombros

— E o que você acha disso?

— Eu estou com medo. Não quero que nada de ruim aconteça com meus amigos, com vocês e com ninguém. Eles nunca nos fizeram mal, eles não são diferentes de nós...

— Os soldados estiveram no seu colégio? — suspirei e tentei não parecer tão preocupada assim

— Eles estavam com raiva, empurravam eles.

— Você falou com a mamãe sobre isso?

— Não, ela vai ficar preocupada.

— Converse com ela, mas tenha certeza de que tudo ficará bem, eu prometo que nada vai te acontecer

— Mas e quanto aos nossos amigos, Nora? Para onde eles foram?

— Eu vou descobrir, agora volte a dormir.

Anna suspirou e com um empuxo ergueu o tronco e me abraçou.

— Obrigada irmã, vocês são tudo para mim.

— Para mim também — lhe garanti e logo nos afastamos — Boa noite.

— Boa noite.

Sai do quarto de Anna e fui para o meu, deixei a bolsa em cima da cama e fui tomar banho. A palavra medo nunca me aterrorizou tanto quanto agora. Não havia como buscar notícias sem parecer uma espia. Minha luz estava, aos poucos, se apagando por conta desse maldito medo.

Meu Deus, como era injusto pessoas sofrerem por uma guerra que não é sua. Por uma guerra injusta. Com esses pensamentos e com o medo apagando cada vez mais a minha luz, chorei e deixei que a água escorresse por mais tempo que o cotidiano.

Seco o cabelo me distraindo com o poste da rua que queimaria a qualquer momento quando mamãe até na porta e entre

— Sei que disse não estar com fome, mas precisa comer algo antes de tomar o remédio

— Você não existe — me aproximo da mesma e lhe dou um beijo, pegando a bandeja da sua mão.

— Agora eu vou dormir, boa noite, minha filha.

— Boa noite, mãe.

Mamãe sorriu, um sorriso triste mas esperançoso, e saiu do quarto. Me sentei na cama e comecei a comer os biscoitinhos caseiros que eu tanto amo. Meu olhar continuava no poste que apagava e acendia, apagava e acendia incansáveis vezes. Terminei de comer e deixei a bandeja no chão, logo em seguida tomei o remédio e apaguei.

Assim que cheguei a recepção de boas vindas ao general, tirei meu Trench coat² e entreguei ao funcionário da recepção, revelando meu vestido vermelho que ia até abaixo do joelho

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Assim que cheguei a recepção de boas vindas ao general, tirei meu Trench coat² e entreguei ao funcionário da recepção, revelando meu vestido vermelho que ia até abaixo do joelho. Não é chique pois não é uma ocasião especial ou importante. Tudo o que preciso é encontrá-lo e torcer para que não seja tão estúpido quanto seus soldados.

Noruega - Fonte da vida [HIATUS]Where stories live. Discover now