OneShot

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Ômega.

Muitos odeiam esse segundo gênero, preferindo ingerir inúmeros supressores e fazer exercícios físicos, afim de diminuir sua aparência frágil e delicada. Não estava incluso, mesmo seu corpo sendo definido, se devia ao fato de ter crescido na montanha. E, como vivia com sua mãe apenas, acabava fazendo todo e qualquer trabalho que precisasse. Nunca se sentiu inferior por ser ômega, mesmo indo morar na cidade por decisão de sua mãe. Claro, se chocou ao ver que os ômegas eram mais frágeis que si, mas isso apenas o estimulou a continuar, pois aproveitava sua força para proteger as pessoas e claro, deitar alfas estúpidos na porrada.

-Mãe, tô saindo - Avisou já na porta, verificando se tinha pego tudo - Te amo!

-Eu também, meu filhote! Vai com cuidado - Ouviu a mãe gritar na cozinha e sorriu, fechando a porta.

Claro, por ter crescido na montanha, o ar da cidade era incômodo. Gente demais, poluição demais, feromônios demais. Tudo era demais e isso o irritava, mas iria se adaptar, pois não queria decepcionar sua mãe. Sabia que a Ômega estava fazendo o possível para lhe dar uma boa vida.

Foi tirado de seus pensamentos ao sentir uma garota ser jogada contra si. Os detalhes rápidos da situação: Ela usava o mesmo uniforme que si, então eram da mesma escola. Tinha três alfas rindo e jogando suas presenças como se fosse liquidação. A garota estava sangrando.

Talvez fosse seu ômega falando mais alto que todo o resto, mas seu instinto o fez abraçar a garota e soltar sua presença, sobrepondo a dos alfas e, por consequência, atraindo a atenção deles para si.

-Tá, mas QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI? - Gritou, soltando sua mochila. O ódio fervendo em suas veias e se espalhando em sua presença - QUEM CARALHOS VOCÊS PENSAM QUE SÃO? ATACANDO UMA GAROTA ASSIM SEUS BOSTA!

-O ômega tá irritado. Não temos culpa se ela nos atiçou. - Um dos alfas falou, sorrindo enquanto caminhava em direção a dupla - Se está entrando no cio, pelo menos tome supressores

-O SUPRESSOR AQUI VAI SER EU ARRANCAR SEU PAU! SEU PEDAÇO DE MERDA - Esbravejou, ficando ainda mais irritado.

-SEU LIXO AMBULANTE - A menina gritou, se recuperando do soco que levou - TOCA EM MIM DE NOVO PRA VER O QUE ACONTECE!

Acabaram por chamar a atenção. As pessoas - em sua maioria estudantes - paravam perto para ver e até mesmo filmar. Naquele momento, até mesmo o vento irritada a dupla, pois para impedir os alfas, ninguém mexeu um músculo. Inosuke prendeu seu cabelo num rabo de cavalo e sorriu, mesmo que tudo em si demonstrasse raiva. Ele adorava bater em imbecis como aqueles.

-TÃO COM MEDO DO QUE SEUS MERDA? ENFIARAM O ORGULHO ALFA NO CU FOI? - É, também adorava provocar aquele tipinho

Mal terminou de falar e para sentir a ira dos alfas. Sorriu ao desviar de um soco e chutar o queixo do primeiro alfa. Talvez, ele tivesse adquirido uma flexibilidade invejável, afinal, sempre salvava os filhotes na floresta. E sua mãe perdia as coisas em lugares bem difíceis de pegar. A garota, apenas deu uma rasteira no segundo e pisou com toda a força que tinha em sua barriga, arrancando todo o ar do alfa.

O problema foi o terceiro, já que Inosuke acabou se distraindo com a ômega e o perdeu de vista. Bom, não foi difícil de o encontrar, já que sentiu seu cabelo ser puxado e teve seu braço torcido numa posição realmente dolorosa. A garota correu para ajudar, mas foi impedida por um rosnar e como suspeitava. A voz foi usada.

Outro fato que muitos odeiam nascer ômega. Os alfas usando a voz de comando como se fosse um brinquedo. Ômegas sem parceiros são afetados imediatamente, e caso estejam no cio, ou próximo dele - como a garota - sentem uma dor horrível.

ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora