Prólogo

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ASHLEY

-Me desculpe, mas por ora só pensei em você. - Minha irmã dizia entrando no táxi.

-Fique tranquila, irei cuidar bem dele, eu prometo. - Sorri e recebi outro em troca.

Hannah se virou e pediu para o taxista partir. Ela não olhou para trás e nem se despediu direito do filho, apenas disse que iria voltar.

Dar tchau a alguém sempre foi difícil pra ela, seu forte não era despedidas, e por a conhecer tão bem eu tinha certeza que não demoraria segundos para lágrimas começarem a rolarem pelo seu rosto, ou apenas iria segurar o choro para não demonstrar o que sentia.

Segui com o meu olhar o automóvel se distanciar, suspirei cruzando os braços e me virei. Peter tinha o olhar perdido na rua, e por alguns segundos permaneci ali parada pensando em algo para dizer.

-Eu estava pensando aqui, e o que você acha de irmos fazer umas comprinhas no supermercado?

Me aproximei, e pelo jeito que o mesmo me olhou parecia não ter gostado nada do que eu disse, mas criança gosta de fazer compras, certo?

-Você pode escolher o que quiser.

-Tudo bem. - Ele se levantou, abriu a porta do meu carro e sentou no banco de trás.

Suspirei, balancei a cabeça e entrei no carro.

Ele era imprevisível, era difícil identificar quando estava feliz ou triste, mas por fim das contas acho que deu certo meu plano, queria que ele se sentisse bem perto de mim e que se acostumasse comigo.

-Coloque o cinto. - Disse o olhando pelo retrovisor até o mesmo fazer o que pedi.

[...]

O transito estava um inferno, fazia praticamente dois minutos que estávamos parados ali e eu podia jurar que estava prestes a surtar.

Liguei o rádio.

A cidade está um caos...

Não sabemos o que está acontecendo, tem pessoas feridas por toda parte...

Os policiais estão tentando controlar o tumulto mas cada vez surge mais pessoas feridas ...

Era impressão minha ou em todos os canais estavam noticiando a mesma coisa?

-Desligue isso. - O menor murmurou, e confesso que não gostei nem um pouco do tom de sua fala, mas optei a não dizer nada e desliguei.

Finalmente saimos dali. O percurso todo foi silencioso, e em pouco tempo já estávamos no supermercado.

Eu pegava algumas coisas e meio que ele me ajudava, mas fazia questão de ficar alguns passos de distância de mim.

-Eu soube que você fez novos amigos. Minha casa é bem grande, acho que seria legal levá-los lá depois para vocês brincarem. - Segui em frente empurrando o carrinho. - O que você acha?

Esperei pela sua resposta mas o mesmo não disse nada. Olhei para trás e ele não estava mais ali. Esperei um pouco, mas nada dele aparecer. Decidi ir atrás e deixei o carrinho por ali mesmo.

Onde esse garoto se enfiou? Pensei.

O tempo passava e cada vez mais o meu nervosismo misturado com preocupação aumentava.

De longe ouvi alguns barulhos como se algo estivesse se espatifando no chão e em seguida gritos, muitos gritos.

Corri desesperada com o coração na mão e rezando para que Peter não estivesse envolvido nisso.

Chegando mais a frente pude ver que aquele lugar não estava mais como antes, por todo canto avia poças de sangue, vários corpos estraçalhados, e várias pessoas sendo brutalmente atacadas.

-Mas o que é isso? - Diz pra mim mesma, assustada com as mãos trémulas.

Ouvi novamente um barulho estranho mas dessa vez próximo a mim, virei lentamente e num instante me vi sendo arremessada por uma pessoa que na qual tentava me atacar.

Somente com uma mão eu tentava distanciar seu rosto do meu, ela era violenta e parecia que a qualquer custo iria me morder. A força daquela pessoa era enorme, não se comparava com a minha que estava se esgotando.

Em um rápido movimento consegui tirá-la de cima de mim e corri, mas a mesma continuava a me seguir com voracidade.

Por um descuido escorreguei e caí, mas rapidamente me levantei e escondi por trás de um freezer sem deixar que aqueles monstros me vissem.

De repente senti uma forte dor irradiar em minha perna, olhei para a mesma e me assustei ao ver um pedaço de vidro fincado em minha coxa.

Inclinei minha cabeça para cima, por um breve momento fechei os olhos pensando em tudo o que estava acontecendo.

Respirei fundo, segurei firme o vidro e de uma só vez o puxei, de imediato soltei um pequeno grito e tampei minha boca. Como aquilo doía, eu mau conseguia mover minha perna, era uma dor insuportável que eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento.

Novamente ouvi aqueles barulhos estranhos que eles faziam. Um deles se aproximou, estava de costas a poucos centímetros longe de mim, quando o mesmo ia se virar em minha direção um grito bem alto se fez audível e no mesmo instante ele saiu correndo.

Mas espera aí, eu conheço essa voz.

-Peter. - Falei baixinho, e com muita dificuldade me levantei apoiando meu braço no freezer.

Mancando e com a perna sangrando segui para onde o som parecia ter vindo.

Mais a frente perto da saída avistei dois deles correndo atrás de Peter.

Meu pequeno estava correndo perigo, e vê-lo passar por aquilo me fazia senti a pior pessoa do mundo, me senti uma inútil. Naquele momento eu só queria ele junto a mim, longe de todo aquele caos, mas no estado em que eu me encontrava eu não podia fazer muito.

Desesperado com aqueles monstros o seguindo, saiu do estabelecimento e atravessou a rua.

Me apressei mesmo sem forças para continuar em pé.

Tudo passava como uma câmara lenta diante dos meus olhos, Peter sendo encurralado e vários disparos de armas contra as criaturas que cairam sem vida no chão.

Segui em direção ao menor, mas sem que eu pudesse prever senti algo se chocar contra meu corpo e fui de encontro ao chão.

-TIA.

Minha audição estava ruim mas consegui ouvi baixinho Peter me chamar pela primeira vez de tia. Com a única força que ainda me restava virei a cabeça e com a visão turva o vi parado na calçada me olhando.

Um gosto horrível de sangue se fez presente em minha boca, minhas forças foram se esgotando e a dor insuportável fez com que eu perdesse aos poucos a consciência, minha vista escureceu e rapidamente apaguei.


                  † † † † † † †

Olá pessoal.

Queria dizer que essa é uma nova versão de Maryland, porém, com muito mais ação, suspense, drama, romance e claro, muitos zumbis.

Então votem e comentem do que acharam do prólogo, pois isso me incentiva a continuar e trazer o melhor para vocês.

Beijos

MarylandOnde as histórias ganham vida. Descobre agora