2° Entrelinhas

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- Ai Psiquê! Você tem certeza? Pothos diz incerto.

- Sim. Ele parou no tempo, Pothos. Ele precisa disso! Digo pegando uma caneta tinteiro e um  bilhete vermelho.

Estamos sobre a mesma montanha, onde conversei com Ulisses. Pothos e eu estamos deitados de bruços, com os pés balançando sobre a leve brisa de um vento frio sobre um sol quente, mas não incômodo.

Ambos com seus bilhetes, ele azul e eu o vermelho, dividindo um vidro de tinta para nossas canetas, de segundo a segundo rimos quando juntos tentamos molhar a ponta.

- Ei Psiquê, o que você acha de usarmos as histórias deles na mitologia? Pandora e Ulisses, são histórias realmente boas. - Diz Pothos me olhando com sua caneta pingando um pouquinho.

- Hm...Deixe-me pensar. - olho ao redor, o dia estava bonito, o céu azul sem nuvens e acolhedor. Mas um sentimento ruim me apetece - É pode ser...

- Tudo bem, Psiquê? Pothos solta a caneta e encosta a cabeça no meu ombro.

- E se isso não der certo? Ele irá se afundar, Pothos! Eu não quero meu irmão assim, claro ela não tem essa responsabilidade, mas podia dar certo. Ela se parece tanto comigo e ainda tem a essência dela, tenho medo de não funcionar, dele definhar...

- Calma, Psiquê! Pothos me abraça abruptamente. - Respira, acredito que Ilítia, assim como Cronos lhe disse. "Se caso não der certo, darei um jeito?" É o destino eles ficarem juntos.

- Será? Digo respirando fundo.

- Claro, não se preocupe com isso. Ele vai ser feliz, você também, precisa ser. Aqui é tão bom, não pode sofrer.

- Certo, vamos continuar com os bilhetes.

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- Preparado? Você abre a janela e as mexe as cortinas enquanto eu coloco o bilhete no próximo capítulo, pode ser?

- Sim! Depois colocamos o de Ulisses.

Seguimos os passos de Pandora e Ulisses colocando bilhetes intercalados, colocando de acordo com cada movimentação deles. O mais rápido possível para podermos acompanhar a reação deles.

Observo Ulisses no banco do pátio aberto, com o meu bilhete na mão, sorrio tomara que funcione, irmão.

O sinal pra encontrar o par da senha ecoa pelos corredores da escola, Ulisses suspira pegando o papel e vai em direção ao ginásio e eu o sigo.

Ele procura ao redor, o tal número 61, Pothos e eu manipulamos isso, era pra ser o 23 o dele, mas pra combinar com nosso caso escolhi 19 ou 61. No fim só existe ele e ela com números 1 e 9 ou 1 e 6.

Pothos e eu nos encontramos no meio do ginásio, onde ele me aponta Pandora e com um empurrãozinho, direciono Ulisses até lá.

Como dois bisbilhoteiros ficamos atrás deles ouvindo tudo e internamente me desanimo pela falta de interesse dela, tudo bem que Ulisses também não faz nada pra manter ela ali. Bom ele não costuma prender ninguém.

Ela se levanta voltando a biblioteca e Pothos a segue, Ulisses aparentemente entendiado, volta ao seu joguinho. Pra quê ele trouxe isso? Ele não disse que ia aproveitar a festa?

- Que tédio! Ouço ele balbuciar, atraindo minha atenção.

Tedio é? Ótimo! Hora de agir!

O Mistério Do Bilhete VermelhoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang