capítulo cinquenta e um.

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MARATONA 1/4

Rita 🐳

Eu estava totalmente sem saber o que fazer, após estar intacta, ou pelo menos quase isso, saí do postinho e o Menor parou na minha frente e eu observei o rosto dele.

A sua expressão estava de quem não dormia há um bom tempo, ele possuía a cara fechada mas também parecia cansado.

Menor: Desculpa, Rita. Eu sei que te prometi nunca mais levantar a mão pra tu, seja lá de qual modo. Mas eu não sei mais o que fazer, porra eu tô perdido.- Falou me olhando em um tom de desespero.- Eu tô com medo que essa guerra chegue em você mais ainda, eu tô com muito medo de envolverem o Davi nisso.

Encarei ele calada e esfreguei meu rosto, tentando passar e ele colocou a mão na minha.

Menor: Eu te prometi não machucar ela, eu admito que perdi a cabeça por algum tempo, mas eu tô cansado pra  caralho disso tudo. O Fogueteiro já tinha machucado demais ela, eu só dei um tapa e segurei o rosto dela, eu não matei aquela menina, porque eu sei o quanto ela era importante pra você.

Rita: Olha o nível que chegamos, uma inocente morreu! - Falei fraca.- A Izabela morreu, ela simplesmente se foi e eu não tive nem oportunidade de falar com ela pela última vez.

Menor: Me perdoa se eu não fiz o suficiente pra salvar ela.- Me olhou em súplica e eu respirei fundo, sentindo meu peito doer.

Tentei ir embora dali mas ele segurou meu rosto e me puxou pra uma abraço, não envolvi meus braços nele, mas assim que ele me segurou como uma bebê, eu desabei no choro em seus braços, sentindo meu corpo todo fraquejar.

Eu estava fraca, estava triste e sem saber o que fazer. Na verdade, acredito que todos nós estávamos assim, acredito que com tanta confusão, nenhum de nós teve o tempo de sentar e pensar.

Mais dois dias e já seria ano novo, onde a gente supostamente iria ter oportunidade de recomeçar as nossas vidas de uma vez por toda.

Mas tudo desabou, tudo acabou e está acabando de uma forma tão rápido que me assusta. Me assusta o fato de que amanhã eu posso acordar sem um dos meus melhores amigos do lado, ou talvez sem meu marido e pior que isso, sem meu filho.

Eu não queria pensar no pior, mas eu estava tão vulnerável que estava deixando tudo entrar pela minha mente de forma tão fácil.

Mas se eu parasse pra pensar, era isso que a pessoa que está fazendo isso com nós queria. Talvez ela só esteja brincando com nós como uma criança brinca com o boneco, aproveitando nossas fraquezas para nos manipular tão fácil assim...

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