5 - Não escute seus amigos!

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[Jimin]

Ele parecia tão real que me deixou completamente paralisado diante de sua beleza e realismo. Sendo ousado ao estender minha mão até seu rosto, tocando sua pele e me surpreendendo ainda mais com a textura perfeitamente semelhante à de um humano.

- Oh... - Suspirei incrédulo. Afastando minhas mãos, assustado com tamanho realismo. Descendo um pouco mais meus olhos arregalados, mirei seus olhos, sua boca desenhada e seu cabelo castanho mel.

Meu despertador tocou anunciando que eu tinha apenas 15 minutos para pegar o ônibus que passaria em breve frente ao prédio. O que me fez despertar do transe em que estava para me levantar apressadamente antes que eu me atrasasse para o trabalho. Perdendo mais alguns minutos ao decidir por aquele boneco dentro do closet com caixa e tudo. Um chumbo de peso que me fez cogitar a ideia de desistir de arrastá-lo no meio do caminho, suspirando aliviado quando finalmente consegui. Correndo feito louco para fora do apartamento, trancando tudo e descendo as escadas a tempo de embarcar no busão.

[Taehyung]

Eu pensei que fosse morrer dentro daquela caixa preso por tanto tempo dentro dela. Respirando apenas por algumas frestas que existiam entre uma ou outra emenda no papelão a minha volta.

Depois de embrulhado, eu fiquei sem visão alguma de nada ao meu redor. Sabendo apenas que fui deixado na portaria de algum lugar em nome de um tal de Park Jimin que nunca ouvi falar na vida. O que foi ainda mais assustador para mim, que não fazia ideia de a quem eu seria entregue e se eu teria oportunidade de fugir de seja lá onde eu seria levado.

Acredito de depois de muitas horas de silêncio, eu tenha adormecido de fraqueza dentro daquele lugar. Temendo tentar sair e ser abordado por algum segurança do prédio. Despertando apenas quando havia escutado uma voz suave resmungar alguma coisa próximo a mim. Segundos antes de outra voz, agora mais firme e masculina entrar em cena, sentindo a caixa ser suspensa outra vez.

Após ser colocado no chão, ainda ouvi as duas vozes conversarem um pouco mais antes que uma porta fosse fechada e apenas a voz suave fosse escutada por mim minutos depois. O que indicava que possivelmente aquele teria sido o comprador pervertido.

Mas para que ele havia comprado um boneco desse? Eu seria levado para mais algum lugar? Eu seria um presente de alguém? Talvez uma brincadeirinha sapeca de despedida de solteiro.

Isso seria interessante.

Me usarem como objeto sexual enquanto eu apenas esqueço aquele filho da mãe que partiu meu coração.

O silêncio a minha volta permaneceu por mais alguns longos minutos o que me fez adormecer quase sem perceber.

[...]

Um barulho alto me assustou fazendo com que eu abrisse meus olhos cansados bruscamente. Tendo alguns segundos para me posicionar ao me dar conta que alguém estava rasgando a caixa onde eu estava como se a vida dessa pessoa dependesse disso. Revelando, segundos depois, um garoto muito bonito que ficou me encarando por longos minutos.

Por um instante, achei que eu fosse ser estuprado devido ao desespero dele. Mas, quando ele tocou meu rosto com a ponta dos dedos curtos e gordinhos, fixando seus belos olhos nos meus eu não vi mais um pervertido, mas sim apenas um jovem. Um jovem cansado. Com olheiras e uma aparência bagunçada de alguém desorganizado ou apenas atrasado para algum compromisso. O que mais tarde foi confirmado quando o despertador em seu celular tocou, vendo-o correr apressado para um lado e outro antes de me arrastar até um closet e desaparecer do meu campo de visão.

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